O Telescópio Espacial James Webb capturou, pela primeira vez, a imagem direta de um exoplaneta frio e antigo, o 14 Herculis c. Ele orbita num sistema com configuração orbital bizarra – em formato de “X”.
O planeta tem quatro bilhões de anos e temperatura atmosférica de -3°C. Ele fica a 60 anos-luz da Terra, na constelação de Hércules. E a foto amplia o catálogo de mundos distantes que podem ser estudados diretamente pelos astrônomos.
Exoplaneta congelante orbita em sistema solar que tem formato de ‘X’
O 14 Her c aparece como um ponto laranja fraco e difuso – sua cor resultado do calor irradiado de sua atmosfera e traduzido em tons visíveis – na imagem capturada pelo JWST e divulgada pela NASA recentemente.
Ele orbita sua estrela (semelhante ao Sol) a aproximadamente 2,2 bilhões de quilômetros. Isso é cerca de 15 vezes a distância da Terra em relação ao Sol. No nosso sistema solar, o exoplaneta ficaria entre Saturno e Urano.
Diferente das órbitas bem ordenadas dos planetas no nosso sistema solar, o sistema 14 Herculis é desalinhado. Seus dois planetas conhecidos – um deles, o 14 Her c – orbitam em ângulos de aproximadamente 40 graus, o que cria um cruzamento em formato de “X” ao redor de sua estrela.
Este arranjo incomum pode ter sido causado pela ejeção precoce de um terceiro planeta massivo do sistema. Isso teria joga os dois restantes numa espécie de guerra gravitacional planetária, disse William Balmer, coautor do artigo sobre a pesquisa e aluno na Universidade John Hopkins.
Uso do telescópio James Webb
A equipe de Balmer utilizou o coronógrafo do James Webb, dispositivo que bloqueia a luz estelar, para isolar e capturar o fraco brilho infravermelho do 14 Her c.
- Não fosse essa tecnologia, seria impossível detectar o exoplaneta – isso porque sua estrela hospedeira emite brilho intenso.
Com base na idade estimada de quatro bilhões de anos, massa equivalente a sete vezes Júpiter e modelos computacionais de evolução planetária, os pesquisadores esperavam que o 14 Her c emitisse mais calor e parecesse mais brilhante do que aparece nas imagens do telescópio.
A análise atmosférica do planeta revelou a presença de dióxido de carbono e monóxido de carbono em temperaturas onde normalmente seria esperado encontrar metano.
O que isso pode significar: correntes transportam gases quentes das camadas profundas da atmosfera para regiões superiores mais frias – e esses gases, junto a possíveis nuvens geladas, reduzem a quantidade de calor que escapa para o espaço.
Importância e próximos passos
A descoberta do 14 Her c amplia significativamente o leque de exoplanetas disponíveis para estudo científico.
Ao examinar planetas com diferentes massas, temperaturas e histórias orbitais, os astrônomos esperam entender melhor a formação e evolução dos sistemas planetários, incluindo o nosso sistema solar. A verdade realmente pode estar lá fora.
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Marte pode ter vulcão secreto
Uma montanha na borda da cratera Jezero, em Marte, pode ser na verdade um vulcão. A descoberta foi feita por cientistas do Instituto de Tecnologia da Geórgia, nos EUA. Eles analisaram dados recentes e concluíram que a formação chamada Jezero Mons tem características semelhantes às de vulcões.
A cratera Jezero é onde o rover Perseverance, da NASA, coleta amostras para uma possível missão de retorno à Terra. Embora a região já tenha sido bastante estudada, a presença de um vulcão por ali surpreendeu os cientistas.
Isso pode mudar como entendemos a história geológica de Marte e seu potencial para ter abrigado vida no passado.
Saiba mais nesta matéria do Olhar Digital.
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