
Conforme noticiado pelo Olhar Digital, a cantora Katy Perry será lançada ao espaço suborbital com a Blue Origin no dia 14 de abril. A missão, denominada NS-31, terá uma tripulação formada exclusivamente por mulheres – algo que não acontecia desde 1963. O voo é promovido como uma celebração da presença feminina na exploração espacial.
A missão será comandada pela atriz e jornalista Lauren Sánchez, companheira de Jeff Bezos, dono da empresa. Ao lado dela, além de Katy, estarão Aisha Bowe (engenheira aeroespacial e CEO da STEMBoard), Kerianne Flynn (produtora de cinema), Gayle King (apresentadora do programa CBS Mornings) e Amanda Nguyen (cientista especializada em bioastronáutica e defensora dos direitos humanos).
Elas viajarão a bordo do foguete New Shepard, em uma jornada de 11 minutos que inclui aproximadamente quatro minutos em microgravidade. Durante esse breve período, as tripulantes poderão flutuar e observar a Terra a mais de 100 km de altitude. Essa visão costuma provocar o chamado “efeito de visão geral”, uma mudança de percepção sobre o planeta, relatada por muitos astronautas.
Blue Origin lança celebridades ao espaço e gera polêmica
Apesar do simbolismo da missão, a iniciativa recebeu críticas públicas. De acordo com o site USA Today, em entrevista ao programa TODAY with Jenna & Friends, no canal NBC, a atriz Olivia Munn (X-Men: Apocalipse) questionou a utilidade e os custos envolvidos no voo, especialmente diante das dificuldades econômicas enfrentadas por milhões de pessoas no mundo.

A Blue Origin já levou outras celebridades ao espaço, como o ator William Shatner (o Capitão Kirk, de Star Trek) e o ex-jogador de futebol americano Michael Strahan.
Munn afirmou que a experiência, embora impactante para os participantes, parece mais uma extravagância do que uma contribuição real para a ciência ou a sociedade. “Há muitas pessoas que não conseguem nem comprar ovos. E agora estamos lançando celebridades ao espaço?”, disse ela.
A atriz também levantou preocupações ambientais, ao criticar o uso de combustível para uma viagem tão curta. Para Munn, o turismo espacial soa mais como um luxo sem propósito, comparável a um passeio em um parque de diversões.

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Turismo espacial de luxo levanta questões éticas, ambientais e sociais
Embora a Blue Origin não divulgue o preço cobrado por assento, o valor estimado para participar dessa experiência varia entre US$250 mil e US$300 mil (mais de R$1,5 milhão). A concorrente Virgin Galactic – que pausou seu programa de turismo espacial para renovação de frota – cobra cerca de US$600 mil (em torno de R$3,5 milhões). Isso reforça a ideia de que esse tipo de experiência continua restrita a uma pequena elite.
Durante o voo, Amanda Nguyen planeja realizar dois experimentos científicos: um em parceria com o Centro Espacial Nacional Vietnamita e outro voltado à saúde da mulher. A empresa afirma que a missão também busca inspirar futuras gerações.
Ainda assim, o debate permanece. Para muitos críticos, o turismo espacial de luxo levanta questões éticas, ambientais e sociais. Em um mundo cada vez mais desigual, é válido investir tanto para tão poucos irem tão longe – mesmo que só por alguns minutos?
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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/04/06/ciencia-e-espaco/katy-perry-no-espaco-voos-turisticos-da-blue-origin-enfrentam-criticas/