As últimas projeções divulgadas pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) apontavam que o La Niña era esperado ainda para o final deste ano. No entanto, novas análises indicam que o fenômeno climático pode acabar não ocorrendo.
Segundo cientistas, ainda não há sinais claros que indiquem a formação do fenômeno, que é o oposto do El Niño e que consiste no resfriamento das águas do Oceano Pacífico. Atualmente, as condições são de neutralidade na faixa equatorial do oceano.
Se ocorrer, fenômeno tende a ser muito fraco
De acordo com a Metsul, apesar de ter sido identificada a presença de uma “língua” de águas mais frias do que a média na faixa equatorial do Oceano Pacífico, até o momento não foram preenchidos os requisitos para que o La Niña seja declarado.
A anomalia média de temperatura da superfície do mar neste momento é de -0,37ºC, resultado que permaneceu igual nas últimas quatro semanas. Isso significa um patamar neutro. Além disso, outros indicadores, como o padrão de ventos alísios na região tropical e o comportamento da chuva na Indonésia, no Pacífico Oeste, não apontam para uma clara formação do fenômeno climático.
Por isso, o mais recente boletim da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA (NOAA) afirma que não se pode garantir a ocorrência de um evento La Niña nos próximos meses. O documento ainda indica que, caso ele ocorra, tende a ser muito fraco e no limite da faixa de neutralidade, além de ser muito breve.
Dessa forma, os cientistas estão trabalhando com duas possibilidades. No primeiro cenário, cada vez mais remoto, o La Niña seria declarado entre o final da primavera e o início do verão, mas seria muito fraco e breve. Já no segundo, o Pacífico seguiria em neutralidade, mas com anomalias de temperatura do mar negativas e perto de valores necessários para a declaração do fenômeno climático.
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Quais os efeitos esperados para o Brasil em caso de La Niña
- O último La Niña aconteceu entre 2020 e 2023.
- Durante este fenômeno climático, a temperatura do Oceano Pacífico na região tropical fica abaixo da média.
- Esse resfriamento provoca uma série de efeitos, que incluem chuvas mais intensas na Ásia e condições mais secas em algumas áreas da América do Sul.
- No Brasil, o fenômeno traz mais chuvas para as regiões Norte e Nordeste.
- O tempo fica mais seco no Centro-Sul, com chuvas irregulares, com possibilidade de geadas tardias e estiagem durante o verão no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
- O fenômeno ainda cria condições mais favoráveis para a entrada de massas de ar frio no Brasil, gerando maior variação térmica.
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