Provavelmente, você já viu aqui no Olhar Digital matérias sobre a Worldcoin, empresa cofundada por Sam Altman, CEO e cofundador da OpenAI, que une o universo das criptomoedas com identidade digital.
Nos últimos tempos, a companhia passou por várias polêmicas e problemas, como escassez de equipamentos para leitura de íris e problemas com governos mundo afora (como o da Espanha) por conta de como processa os dados de seus clientes.
Numa aparente tentativa de mudar a imagem da empresa, Altman e o CEO da Tools for Humanity (que fornece o hardware), Alex Blania, apresentaram a reformulação da marca e o novo nome da Worldcoin: World.
“Sabemos que parece loucura, mas é que Worldcoin como o nome simplesmente não funciona mais”, disse Blania, em apresentação realizada nesta quinta-feira (17). “A partir de hoje, o que era chamado de Worldcoin será chamado apenas de World.” Além disso, o orbe responsável pelo escaneamento das íris das pessoas foi reformulado, chamado de Orb (orbe, em inglês).
Worldcoin vira World e muda marca e scanner
- Segundo Altman, o novo Orb tem 30% menos hardware e o triplo da capacidade de produção do modelo anterior;
- Ele é alimentado pelo sistema Jetson, da Nvidia, e pode realizar operações de inteligência artificial (IA) cinco vezes mais rápido que os antecessores;
- “Isso permite que o novo Orb execute modelos de IA sofisticados que comprovam a humanidade e operam inteiramente no dispositivo e ainda mais rápido do que antes. O novo Orb foi construído com mais transparência e a capacidade de auditar o código que está sendo executado nele”, disse Altman.
História do Orb
Com vários bots internet afora, a Tools for Humanity buscou projetar o Orb como forma de comprovação incontestável de que as pessoas que os usam realmente existem.
Os primeiros modelos foram disponibilizados em Berlim (Alemanha) e, além de permitirem “prova de personalidade” em certas regiões, eles também permitiram acesso ao token da Worldcoin.
O lançamento do World Orbs foi feito em julho de 2023, mas foi recebido com sentimentos mistos, pois pessoas preocupadas com a privacidade o chamam de “ferramenta de vigilância”. Pouco tempo após lançado, ele virou alvo de investigação de França e Alemanha.
Buscando resolver problemas futuros, Altman e Blania amenizaram as preocupações de reguladores e formuladores de políticas globais.
“Ele tem um cartão SD totalmente removível que contém todas as instruções de operação para que qualquer um possa comparar essas instruções no cartão SD com nosso código-fonte publicado”, explicaram os executivos.
Já em março deste ano, buscando responder críticas e preocupações relacionadas à privacidade dos usuários, o CEO da OpenAI informou a transformação dos principais componentes do Orb em código aberto, inclusive, publicando-o no GitHub de forma pública.
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Outras mudanças na (agora) World
Durante a apresentação, os executivos trouxeram mais do que as atualizações de hardware do dispositivo de escaneamento da empresa, como as atualizações para o World ID e o app World.
“World ID será a camada humana anônima para a internet”, disse Blania. “Mas há muitos detalhes que fazem isso realmente funcionar.”
Conforme a Tools for Humanity, visando proteger mais e melhor a segurança dos usuários, o World ID 3.0 tem computação multipartidária anônima para armazenar os dados dos clientes em diversas partes.
O sistema também terá suporte a identificações emitidas pelos governos, tais como passaportes e carteiras de motorista. Quanto à preocupação existente acerca do uso de representação de identidade, a World disse que está tentando resolver.
Quando se fala das deepfakes de vídeo geradas com IA, com a qual, por exemplo, hackers criam imagens falsas de CEOs e outros executivos para enganar suas vítimas, a empresa de Altman afirmou estar introduzindo novo recurso chamado Deep Face.
Essa ferramenta irá comparar imagens armazenadas e em tempo real visando verificar a identidade do usuário, de modo a garantir que quem está em contato com o Orb é a mesma pessoa que se inscreveu no sistema.
Além disso, segundo a Tools for Humanity, o Deep Face é compatível com populares apps que suportam videochamada, tais como FaceTime, WhatsApp e Zoom.
Já o app World também está recebendo novidades, como uma nova aba, chamada “mini-apps”, na qual os usuários poderão buscar outras pessoas pelo nome de usuário, ou se conectar a partir de sua lista de contatos.
O chefe de produto da empresa, Tiago Sada, reforçou o quão ampla é a acessibilidade do aplicativo, inclusive, contando com o suporte para mais de uma dúzia de idiomas e mais de 50 criptomoedas, além da compatibilidade com celulares mais antigos.
“Se você quer construir uma rede que pode alcançar todo mundo, você tem um aplicativo. Você precisa ter um aplicativo que funcione para todo mundo”, afirmou Sada.
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