Lembra do DOGE? O Departamento de Eficiência Governamental foi criado este ano, no início do segundo mandato de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos. O órgão era encabeçado por Elon Musk, então aliado do republicano, que assumiu o compromisso de reduzir o orçamento federal em US$ 2 trilhões.
O plano não deu certo e o DOGE ficou marcado por frustrações constantes. Isso até que, em meados deste ano, a relação entre Musk e Trump se esgotou de vez, culminando em uma briga pública que levou ao rompimento da dupla e à saída de Musk do mundo da política.
Mas e o DOGE? O Departamento seguiu ativo por algum tempo, mas desentendimentos relacionados à sucessão no comando, rachas internas e uma tentativa de golpe levaram ao fim do órgão em menos de um ano.
DOGE ficou marcado por frustrações
Desde o início, o DOGE levantou polêmicas.
O objetivo do departamento era reduzir gastos federais em US$ 2 trilhões. No entanto, o plano para chegar nesse resultado não era claro e as ações práticas incluíram demissões em massa e cancelamento de contratos federais, o que levantou suspeitas sobre a atuação de Musk (isso sem contar na própria nomeação do bilionário para o comando do órgão).
Mais tarde, chegar na meta de cortar US$ 2 trilhões em gastos ficou cada vez mais difícil. O DOGE reduziu o número para US$ 1 trilhão e, depois, para US$ 150 bilhões, o que diminuiu a confiança na eficiência do Departamento de Eficiência Governamental. Para piorar, o comportamento de Musk afastou potenciais aliados, como o Secretário de Estado, Marco Rubio, e o Secretário de Transportes, Sean Duffy.
Isso até que, em junho deste ano, Elon Musk e Donald Trump brigaram publicamente. Musk, já pressionado pelo fracasso do DOGE, criticou o tarifaço de Trump, que respondeu o criticando de volta. Daí em diante, as críticas viraram acusações e ofensas, com Trump chamando o aliado de “louco” e Musk dizendo que o presidente sequer teria vencido a eleição sem ele. Relembre o caso completo aqui.
Para piorar, Musk já havia anunciado sua saída do DOGE dias antes, mas Trump revelou que a saída, na verdade, foi uma demissão. Tudo isso deixou o departamento em uma verdadeira crise.

Sem Musk, DOGE ficou dividido
Após a saída de Elon Musk, a comissão ficou nas mãos de Amy Gleason, servidora pública e executiva da área de saúde.
No entanto, Steve Davis, engenheiro que foi ‘braço-direito’ do bilionário por mais de 20 anos e também foi afastado, se recusou a sair. Ele chegou a tentar assumir o comando do departamento, criando uma verdadeira racha.
De um lado, alguns funcionários permaneceram leais à liderança de Davis, que já conheciam. Já outros não ficaram confortáveis com a recusa do executivo em deixar o cargo e tentaram planejar o futuro do departamento sem ele. Davis os acusou de orquestrar um golpe.
A Casa Branca teve que intervir, tirando os aliados de Musk do DOGE e colocando fim à tentativa de Steve Davis de retomar o controle. Mas a rachadura já estava feita e o resultado foi uma descentralização dentro do próprio departamento.

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Por fim, o DOGE de Elon Musk não existe mais
- Mesmo com as rachas, tentativas de golpe e intervenções da Casa Branca, o DOGE chegou a passar por reestruturações internas para seguir vivo. Pelo jeito, não deu certo;
- A agência de notícias Reuters entrou em contato com a Casa Branca no início deste mês para perguntar sobre o andamento do departamento;
- A resposta do governo dos Estados Unidos foi curta: “isso [DOGE] não existe mais”.
E assim terminou a passagem de Elon Musk pela política estadunidense, por ora.
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