
O Universo acaba de se tornar um pouco mais compreensível — ou pelo menos, mais visível. A equipe de pesquisadores do projeto COSMOS-Web divulgou a criação do maior mapa do cosmos já construído. Com ele, mais de 800 mil galáxias foram mapeadas, revelando a teia cósmica em uma escala inédita.
O grupo utilizou o Telescópio James Webb (JWST) para coletar dados ao longo de mais de dois anos. Ao todo, o instrumento captou a luz de milhões de objetos celestes, permitindo aos astrônomos reconstruir a distribuição das galáxias no espaço profundo — algumas localizadas a bilhões de anos-luz de distância.
A equipe captou 10 vezes mais galáxias do que o esperado e até encontrou alguns buracos negros inéditos. Essas descobertas levantaram questões sobre o passado do cosmos.
O mapa completo do projeto cobre mais de 13,5 bilhões de anos de registros cósmicos — praticamente toda a história do Universo, cuja idade estimada pela NASA é de 13,8 bilhões de anos. Isso representa cerca de 98% do tempo cósmico, um feito que marca um novo capítulo na astronomia moderna.
“Combinamos mais de 10.000 imagens do céu para formar a maior imagem continua disponível do JWST. Foi incrível revelar galáxias que antes eram invisíveis e muito gratificante finalmente vê-las aparecer em nossos computadores”, explicou Maximilien Franco, pesquisador participante do COSMOS-Web, em um comunicado.
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Projeto une cientistas e público
O lançamento do mapa não serve apenas à pesquisa acadêmica. Todo o pacote de dados está disponível para o público por meio de um site interativo. O portal oficial do projeto permite que cidadãos comuns possam explorar o cosmos em detalhes, com informações inéditas acessíveis fora dos círculos científicos.
Agora, o grupo planeja entender o que ocorria nos primórdios do cosmos. Com a plataforma de dados abertos, os astrônomos esperam que o público possa visualizar galáxias distantes, identificar padrões e até contribuir com análises para auxiliar nas pesquisas. Esses novos olhares podem desvendar pistas sobre os mistérios cósmicos como matéria escura e a física na juventude do Universo.
“A melhor ciência é realmente feita quando todos pensam sobre o mesmo conjunto de dados de forma diferente. Não cabe apenas a um grupo de pessoas desvendar os mistérios”, comentou a professora Catlin Casey, participante do projeto.
Com o maior mapa do cosmos em mãos, os astrônomos estão agora mais equipados do que nunca para decifrar os segredos do Universo. E, pela primeira vez, o grande público também pode embarcar nessa jornada.
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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/06/25/ciencia-e-espaco/maior-mapa-do-universo-ja-feito-revela-800-mil-galaxias/