No domingo (27), um astrofotógrafo de Flagstaff, no Arizona, EUA, flagrou uma mancha vermelha redonda no céu. David Blanchard também havia registrado o mesmo fenômeno três noites antes, na quinta-feira (24).
“Em cada caso, elas desapareceram depois de um ou dois minutos”, relatou Blanchard na legenda das imagens enviadas ao catálogo da plataforma de meteorologia e climatologia espacial Spaceweather.com.
Algumas pessoas podem imaginar explicações curiosas para essas luzes. Seriam portais interdimensionais se abrindo? Um sinal enviado por civilizações alienígenas? Ou talvez o “olho” de alguma criatura gigantesca nos observando do céu? Ideias assim surgem sempre que algo estranho aparece acima de nós.
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Mancha vermelhas no céu são culpa da SpaceX
Mas, a explicação é bem mais simples e nada fantasiosa. Essas manchas são resultado de lançamentos da SpaceX. Nos dois dias, foguetes Falcon 9 colocaram satélites em órbita e, depois disso, fizeram uma manobra chamada “queima de desórbita”, jogando o segundo estágio de volta para a Terra.
Durante essa manobra, o foguete solta uma grande quantidade de água e dióxido de carbono. Quando essas substâncias se misturam com o oxigênio carregado eletricamente que existe na alta atmosfera, elas criam um brilho vermelho intenso, parecido com o das auroras boreais.
Esse tipo de fenômeno foi apelidado de “aurora da SpaceX”. Ele acontece com frequência: entre duas e cinco vezes por mês, segundo o astrônomo Stephen Hummel, do Observatório McDonald, no Texas.
Quem mora ou está de passagem na costa oeste dos EUA e quiser ver uma dessas luzes, é só acompanhar os lançamentos da SpaceX. As manchas geralmente aparecem cerca de 90 minutos depois da decolagem, especialmente em lançamentos noturnos.
“Auroras da SpaceX” podem ajudar a entender a ionosfera
Mas, afinal, as auroras da SpaceX são boas ou ruins? “A frequência dessas nuvens vermelhas pode aumentar à medida que a SpaceX mira mais lançamentos no futuro”, diz Stephen Hummel, do Observatório McDonald, no Texas, que capturou o fenômeno em 2023. “Seu impacto na ciência astronômica ainda está sendo avaliado. Os satélites Starlink são um problema conhecido, mas os efeitos dos próprios lançamentos de foguetes são uma área crescente de atenção”.
O físico espacial Jeff Baumgarder, da Universidade de Boston, que estuda buracos ionosféricos há mais de 40 anos, destaca que esses eventos são uma oportunidade de ouro para a pesquisa. “Estamos encantados com as queimas de foguetes. Elas nos dão a oportunidade de explorar como o tráfego espacial afeta a ionosfera. A densidade ionosférica é diferente de noite para noite, então podemos aprender algo sobre a eficiência da química observando eventos assim”.
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