O Vibes – feed de vídeos feitos com inteligência artificial (IA) dentro do Meta AI – impulsionou os downloads do aplicativo em 56% desde o lançamento. Até 18 de outubro, o app acumulava 3,9 milhões de instalações, segundo dados da Appfigures repercutidos nesta terça-feira (28).
No entanto, a Meta ainda corre atrás da OpenAI, desenvolvedora do ChatGPT. No mesmo recorte, o Sora – plataforma parecida lançada pela startup – somou 2,6 milhões de downloads apenas no iPhone.
Mesmo assim, os números colocam o Vibes no radar de Wall Street às vésperas do balanço do terceiro trimestre de 2025. Na prática, investidores o consideram um teste público da estratégia da Meta no que diz respeito a IA.
Atualmente, a big tech se apoia em modelos de terceiros e creators pagos. Mas sua empreitada ainda enfrenta engajamento baixo.
Cresce rápido, mas corre atrás: o que os números do Vibes da Meta dizem
Lançado em 25 de setembro como feed 100% gerado por IA dentro do Meta AI, o Vibes virou vitrine da nova fase da empresa. Para ganhar tração, a Meta recorre a parcerias técnicas (Midjourney e Black Forest Labs) e a criadores de conteúdo pagos.
Para investidores, o salto de adoção é um termômetro antes do balanço. Para o produto, expõe o desafio central: atrair uso real, hoje medido mais por remixes do que por interação “de verdade”.
Aumento de downloads, disputa com o Sora, estratégia de IA da Meta
Na leitura da Appfigures, o desempenho do Meta AI merece “destaque”. Ele sinaliza que o Vibes agitou o funil de aquisição – ainda que a liderança de atenção siga com a rival OpenAI.
Além disso, o Vibes escancara uma mudança de curso. Em vez de depender só de modelos próprios, a Meta passou a usar modelos de terceiros – como Midjourney e Black Forest Labs – para gerar os vídeos do feed, numa abertura pragmática para acelerar entregas.
Esse giro vem na esteira do lançamento aquém do esperado do Llama 4. E de uma reorganização que injetou bilhões na área de IA e elevou Alexandr Wang (ex-Scale AI) à liderança técnica.
A reestruturação incluiu a demissão de 600 funcionários na divisão de IA, poupando o núcleo TBD Labs. Em paralelo, a companhia criou a Superintelligence Labs, liderada por Nat Friedman, com Vishal Shah migrando do metaverso para produtos de IA.
No front de distribuição, a estratégia combina pagamentos a criadores de conteúdo e foco em mercados como a Índia – onde o TikTok é banido e o uso do Meta AI via WhatsApp é elevado – para “semeadura” do feed.
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Engajamento, críticas e o que observar no balanço
Adoção não é sinônimo de uso profundo. Hoje, o engajamento no Vibes é baixo. Creators relatam posts com menos de dez curtidas e quase nenhum comentário. A “moeda” do aplicativos são os remixes, quando alguém reaproveita um vídeo e republica sua variação.

Do lado externo, parte da cobertura da imprensa internacional classificou o feed como “AI slop” – conteúdo repetitivo e raso. E apontou que a plataforma pode ampliar apenas o volume de material artificial sem valor claro para o usuário.
Para investidores, porém, o Vibes é um termômetro da nova fase da Meta no que diz respeito a IA. Na teleconferência sobre o terceiro trimestre, marcada para esta quarta-feira (29), a empresa deve detalhar como (ou se) o pico de downloads começa a virar retenção e engajamento.
Atualmente, as projeções apontam alta de 22% na receita do trimestre (US$ 49,4 bi) e crescimento anual de 19%, com IA no centro da conversa.
(Essa matéria usou informações da CNBC.)
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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/10/28/pro/meta-ai-dispara-apos-estreia-do-vibes-mas-ainda-fica-atras-do-sora-da-openai/
