A Meta, controladora de Facebook, Instagram e WhatsApp, doou US$ 1 milhão (R$ 6,04 milhões, na conversão direta) ao fundo inaugural do presidente eleito Donald Trump, marcando tentativa de reaproximação do CEO da empresa, Mark Zuckerberg, com o político. As informações foram dadas na quarta-feira (11) com exclusividade pelo The Wall Street Journal.
A doação foi anunciada após um jantar, realizado em novembro, no resort Mar-a-Lago, na Flórida (EUA), onde Zuckerberg também apresentou os óculos inteligentes Ray-Ban da empresa, presenteando Trump com um par.
Meta/Zuckerberg/Trump: contexto do relacionamento
- O relacionamento entre Trump e Zuckerberg sempre foi marcado por altos e baixos;
- Durante a campanha presidencial, Trump chegou a ameaçar Zuckerberg com “prisão perpétua” caso considerasse que o executivo interferisse nas eleições;
- Ainda assim, ambos mantiveram encontros frequentes nos últimos anos, como o jantar no Salão Oval em 2019 e reuniões em eventos privados;
- Após os ataques ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021, a Meta suspendeu as contas de Trump no Facebook e Instagram, o que gerou retaliações do ex-presidente;
- Trump prometeu, caso reeleito, adotar postura mais rígida contra empresas de tecnologia, acusadas por ele de censura a vozes conservadoras.
Mudança de Estratégia da Meta
A doação atual simboliza mudança na postura da Meta, que, anteriormente, se mantinha neutra nas eleições presidenciais. Em 2017, Zuckerberg criticou as ordens executivas de Trump sobre imigração. Já em 2020, a empresa enfrentou críticas por doações destinadas à infraestrutura eleitoral durante a pandemia, acusadas de favorecer os democratas — algo que Zuckerberg negou.
Mais recentemente, o cofundador do Facebook demonstrou otimismo em relação à liderança de Trump, elogiando sua resposta a uma tentativa de assassinato em julho como “inspiradora”. Trump, por sua vez, reconheceu o gesto e afirmou ter se reconciliado com o CEO.
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Implicações Políticas
A reaproximação ocorre em momento no qual o Partido Republicano controla o Congresso e planeja intensificar a regulamentação sobre grandes empresas de tecnologia. Trump já indicou figuras-chave para cargos, como a Federal Trade Commission (FTC), sinalizando postura rígida contra as big techs.
A doação também pode influenciar temas cruciais para a Meta, como regulamentação de inteligência artificial (IA) e leis antitruste. Durante o primeiro mandato de Trump, a FTC chegou a processar a Meta por questões relacionadas à concorrência.
Sendo assim, a doação de Meta e Zuckerberg e os esforços do executivo para se aproximar de Trump indicam movimento estratégico da empresa em cenário político volátil. Enquanto ambos buscam consolidar um relacionamento mais funcional, o gesto reflete as complexidades da relação entre gigantes da tecnologia e governos que moldam suas regulamentações.
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