28 de setembro de 2024
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REE é a sigla em Inglês para rare earth elements. Traduzindo ao pé da letra seria algo como elementos de terras raras. Vamos chamá-los, no entanto, de metais raros.

São cerca de 15 elementos químicos difíceis de encontrar em grandes quantidades, mas que ganharam bastante importância nos últimos anos. Isso devido à sua aplicação em eletrônica, energia limpa e nos carros elétricos.

Entram nessa lista nomes complicados como bastnasita, monazita, loparita e laterita. Você provavelmente nunca tinha ouvido falar neles. A indústria, porém, já os utiliza há algum tempo em assuntos ligados à alta tecnologia. Eles compõem, por exemplo, ímãs para EVs ou turbinas eólicas.

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Apesar do nome, eles não são tão raros assim na natureza. O desafio é encontrar rochas nas quais esses metais estejam concentrados o suficiente para serem economicamente viáveis ​​para extração.

Hoje, a produção desses materiais está concentrada em apenas alguns países, como China, Estados Unidos, Mianmar e Austrália. Isso, no entanto, pode mudar graças a uma descoberta feita por cientistas da Universidade Nacional Australiana.

Os metais raros e os vulcões extintos

  • De acordo com os pesquisadores, alguns tipos de magma são surpreendentemente eficientes na concentração desses elementos.
  • E a boa notícia é que eles podem estar em vulcões extintos, ou seja, que não entram em erupção há milhões de anos.
A solução para os metais raros pode estar nos vulcões extintos, segundo a pesquisa – Imagem: Dimitri Tymchenko/Shutterstock
  • É o caso do El Laco, no Chile – ou do Kiruna, na Suécia.
  • O Kiruna, aliás, abriga uma mina de extração de ferro desde o fim do século XIX.
  • E, recentemente, a empresa operadora do local, a LKAB, anunciou que ele possui o maior depósito de metais raros da Europa.
  • A partir desse anúncio, os cientistas da Universidade Nacional Australiana se indagaram: será que os outros vulcões extintos ricos em ferro também devem ter esses metais raros?
  • Para testar essa hipótese, eles colocaram um material sintético semelhante a rochas vulcânicas e magma em pequenas cápsulas feitas de platina.
  • Eles, então, pressurizaram essa mistura simulando profundidades equivalentes a 15 quilômetros na crosta terrestre.
  • Além disso, aqueceram os materiais até 1.100°C, derretendo-os e transformando-os em um líquido.
  • Nessas condições extremas, eles perceberam que o magma rico em ferro absorve os elementos de terras raras do líquido ao redor.
  • A resposta, portanto, é sim, a maioria, se não todos, os vulcões ricos em ferro também devem ter uma reserva de metais raros.
  • A íntegra dessa nova pesquisa está no periódico Geochemical Perspectives Letters.

Por que essa descoberta é importante?

Porque ela pode acelerar a pesquisa e o desenvolvimento dessas tecnologias modernas que listamos no começo do texto (como energias renováveis e carros elétricos).

Algumas turbinas eólicas possuem metais raros em sua composição – Imagem: engel.ac/Shutterstock

Além disso, ela tem um grande potencial de reduzir danos ambientais. Diversos países e empresas tentam encontrar novos depósitos desses materiais, o que pode significar a exploração de áreas que ainda não foram modificadas pelo homem.

Já no caso de minas de ferro existentes, bastaria uma atualização desses locais para que fossem extraídos os metais raros.

Outro ponto importante é a questão geopolítica. A produção limitada a poucos países prejudica a pesquisa científica. Ainda mais quando dois desses países são China e Estados Unidos – que vivem uma espécie de guerra tecnológica nos bastidores.

As informações são do Science Alert.

O post Metais raros podem estar nos vulcões apareceu primeiro em Olhar Digital.

Fonte: https://olhardigital.com.br/2024/09/28/ciencia-e-espaco/metais-raros-podem-estar-nos-vulcoes/