A Microsoft confirmou que o Azure mitigou o maior ataque DDoS já registrado, atingindo o pico de 15,72 Terabits por segundo direcionados a um único endpoint na Austrália.
A ofensiva, realizada por mais de 500 mil dispositivos comprometidos – majoritariamente equipamentos de Internet das Coisas (IoT) –, produziu um volume de tráfego equivalente ao envio simultâneo de 3,5 milhões de filmes da Netflix. O serviço de proteção do Azure conseguiu filtrar o tráfego malicioso antes que clientes fossem afetados, mas o episódio acende um alerta global para a evolução dos botnets.
Ataques mais curtos, intensos e difíceis de rastrear pressionam o Azure
Segundo análises da Network World, o ataque enviou 3,6 milhões de pacotes por segundo e seguiu a tendência mais recente: janelas curtas, explosivas e de difícil detecção. Especialistas já haviam observado ofensivas de 7,3 Tbps e 11,5 Tbps em 2025, mas ambas foram superadas pela escala inédita deste caso.
A Microsoft destacou que o comportamento lembra operações de impacto imediato, exigindo que sistemas como o Azure identifiquem anomalias em milissegundos. Esse cenário reforça a necessidade de mitigação avançada, já que combinações de tráfego em massa, pacotes rápidos e requisições complexas pressionam a infraestrutura crítica da nuvem.
Ataques desse porte são viabilizados por fatores como redes domésticas mais rápidas, popularização da fibra óptica e o crescimento desordenado de dispositivos conectados. TVs, câmeras de segurança, termostatos, roteadores e eletrodomésticos inteligentes formam botnets capazes de gerar tráfego massivo sem que seus donos percebam. Para a Microsoft, esse panorama evidencia falhas de “higiene digital” e amplia riscos globais.
Por que o ataque contra o Azure preocupa o setor
Ataques de Distributed Denial of Service (DDoS) utilizam milhares ou milhões de dispositivos infectados para saturar servidores. O objetivo é interromper serviços legítimos por meio de sobrecarga de tráfego. A combinação de velocidade, diversidade de equipamentos e volume massivo torna a contenção cada vez mais difícil.
O Azure utiliza mecanismos automáticos de detecção, análise comportamental e bloqueio distribuído para impedir que tráfego malicioso atinja estruturas sensíveis. A Microsoft explicou que o sistema funcionou como previsto, mas reforçou a recomendação para que empresas revisem a segurança de ativos expostos à internet.
O avanço dos botnets preocupa porque redes domésticas atuais oferecem grandes taxas de upload, ampliando a capacidade destrutiva de dispositivos inseguros. Além disso, muitos itens IoT permanecem anos sem atualização de firmware, facilitando sua exploração por atacantes.

Dentro desse contexto, especialistas sugerem que empresas adotem uma abordagem por camadas. Entre as práticas essenciais para fortalecer defesas contra ataques semelhantes:
- sistemas de filtragem distribuída;
- firewalls inteligentes e análise comportamental;
- mecanismos automáticos de limitação de tráfego;
- scrubbing centers dedicados;
- auditorias de rede e testes regulares de estresse.
A soma dessas soluções é fundamental para que serviços críticos – como bancos, provedores, comércio eletrônico e plataformas em nuvem – se mantenham operando durante ofensivas de larga escala.
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Apesar da mitigação bem-sucedida, o recorde de 15,72 Tbps indica que ataques ainda maiores podem surgir. Para especialistas, a prioridade agora é discutir padrões mínimos para dispositivos IoT, responsabilidade compartilhada e a preparação para um cenário de risco crescente.
O post Microsoft Azure enfrenta maior ataque DDoS da história e expõe fragilidades apareceu primeiro em Olhar Digital.
Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/11/18/seguranca/microsoft-azure-enfrenta-maior-ataque-ddos-da-historia-e-expoe-fragilidades/
