
“Presos” no espaço, os astronautas Sunita Williams e Butch Wilmore, da NASA, estão cada vez mais perto de voltar para casa. Eles partiram para a Estação Espacial Internacional (ISS) em junho de 2024, no primeiro voo tripulado da cápsula Starliner, da Boeing, para uma missão de oito dias – que já dura mais de nove meses. Agora, a espera parece que finalmente vai chegar ao fim, com o retorno da dupla à Terra previsto para os próximos dias.
Para isso, uma nova equipe de quatro astronautas precisa ser enviada ao laboratório orbital, o que vai acontecer nesta quarta-feira (12), às 20h48 (pelo horário de Brasília). Um foguete Falcon 9, da SpaceX, está programado para decolar do Complexo de Lançamento 39A no Centro Espacial Kennedy, da NASA, na Flórida, levando os integrantes da missão Crew-10 – com transmissão ao vivo, a partir das 16h45, pelo canal da NASA no YouTube.
Anne McClain e Nichole Ayers, da NASA, Takuya Onishi, da Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (JAXA) e o cosmonauta russo Kirill Peskov, da Roscosmos, vão viajar a bordo da Dragon Endurance (que já foi usada anteriormente nas missões Crew-3, Crew-5 e Crew-7), com previsão de atracar no módulo Harmony da estação por volta das 10h da manhã de quinta-feira (13). Saiba mais sobre o time aqui e entenda aqui o que a missão Crew-10 vai fazer na ISS.
Como os astronautas da Starliner vão voltar para a Terra
Ao que tudo indica, a volta de Williams e Wilmore para a Terra acontece na próxima semana, “de carona” com os membros da missão Crew-9, Nick Hague, da NASA, e Aleksandr Gorbunov, da Roscosmos.
Vamos relembrar a saga dos astronautas “presos” no espaço:
- O Teste de Voo Tripulado da Starliner – ou CFT, na sigla em inglês – foi lançado no dia 5 de junho de 2024, no topo de um foguete Atlas V, da United Launch Alliance (ULA), a partir da Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral, na Flórida;
- Isso aconteceu após uma série de adiamentos;
- A última suspensão foi em razão de um vazamento de hélio na cápsula;
- O problema não foi entendido como tão grave, e a espaçonave decolou rumo à ISS;
- No trajeto, mais vazamentos de hélio foram identificados;
- A acoplagem também apresentou problema: uma anomalia fez cinco dos 28 propulsores do módulo falharem em seu funcionamento, atrasando a ancoragem em mais de uma hora;
- Em agosto, a NASA anunciou que Williams e Wilmore vão voltar para casa em uma espaçonave Dragon, da SpaceX, junto com os tripulantes da missão Crew-9 (que foi lançada com apenas dois membros justamente para esse fim);
- Já a cápsula Boeing Starliner foi enviada de volta à Terra vazia, por motivos de segurança, em setembro.

Mas, por que tanta demora? O presidente dos EUA, Donald Trump, chegou a acusar o governo anterior de deixar os astronautas “abandonados” na ISS – o que foi desmentido pela dupla.
Leia mais:
- Astronauta tira fotos de explosão da Starship no espaço
- Destroços do Starship que caíram do céu não são tóxicos, diz SpaceX
- SpaceX: foguete Falcon 9 “estaciona” em local inédito
Acontece que há um calendário e um trânsito a se cumprir no laboratório orbital. Todas as tripulações que vão para lá sabem que a previsão de volta pode não se cumprir dentro do prazo estabelecido (e tudo é meticulosamente calculado).
As equipes normalmente voltam para a Terra no mesmo veículo que as conduziram, que fica atracado na estação durante todo o percurso da missão. Como a espaçonave Starliner apresentou problemas graves e precisou regressar vazia ao planeta, seus tripulantes tiveram que aguardar a oportunidade mais adequada de retorno.
E não foi a primeira vez que isso aconteceu. É comum que astronautas excedam (e muito) o tempo de permanência previsto na ISS. Normalmente, as missões duram cerca de seis meses, mas podem ser estendidas por vários motivos, como experimentos ou imprevistos.
No caso de Williams e Wilmore, se eles retornarem no domingo (16), como foi cogitado (mas ainda não oficializado) pela NASA, eles terão passado 284 dias em órbita. O astronauta Frank Rubio, dos EUA, junto com os russos Sergey Prokopyev e Dmitri Petelin, permaneceram 371 dias consecutivos no espaço entre 2022 e 2023.

Isso porque um incidente danificou a espaçonave russa Soyuz que os traria de volta à Terra, motivo pelo qual a estadia do trio no laboratório orbital foi prorrogada por mais seis meses, até a chegada de uma cápsula de substituição.
Embora garantam que não se sentem “presos”, vale uma observação curiosa: a cápsula Dragon da missão Crew-9 onde Williams e Wilmore vão embarcar de volta para a Terra se chama Freedom – “Liberdade”, em inglês.
O post Missão para possibilitar volta de astronautas “presos” é lançada esta noite; veja ao vivo apareceu primeiro em Olhar Digital.
Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/03/12/ciencia-e-espaco/missao-para-possibilitar-volta-de-astronautas-presos-e-lancada-esta-noite-veja-ao-vivo/