Em órbita ao redor de Marte desde 2014, a sonda MAVEN, da NASA, perdeu contato com a Terra no último dia 6. Dois dias antes, os dados enviados pela espaçonave mostravam que todos os sistemas funcionavam normalmente. O sinal desapareceu depois que ela passou atrás do planeta e não foi mais identificado pela Deep Space Network, a rede de comunicação da agência com o espaço profundo.
Desde então, equipes da NASA trabalham para entender o que pode ter causado a interrupção e encontrar uma forma de recuperar a comunicação. Em comunicado, a agência informou que, até agora, as tentativas de contato com a espaçonave não tiveram sucesso.
Apesar da ausência de telemetria desde 4 de dezembro, os engenheiros conseguiram captar um pequeno fragmento de dados de rastreamento dois dias depois. Esse sinal foi obtido durante uma campanha de radiociência, técnica que permite analisar o movimento da nave a partir de variações no sinal de rádio.
A análise preliminar indica que a MAVEN – sigla em inglês para “Evolução da Atmosfera e dos Voláteis de Marte” – teria começado a girar de forma descontrolada ao reaparecer de trás do planeta. Esse tipo de rotação anormal pode dificultar o apontamento correto das antenas e painéis solares, afetando a comunicação com a Terra.
Além disso, a frequência detectada sugere que a órbita da espaçonave pode ter sofrido alguma alteração. Os especialistas continuam estudando essas informações para identificar os cenários mais prováveis que expliquem a perda do sinal e definir os próximos passos.

Paralelamente, a NASA atua para reduzir os impactos dessa falha nas operações de superfície em Marte. A MAVEN é uma das espaçonaves que retransmitem dados entre a Terra e os robôs que exploram o planeta.
Atualmente, outros três orbitadores seguem operando normalmente: o Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) e o Mars Odyssey, da NASA, e o ExoMars Trace Gas Orbiter (TGO), da Agência Espacial Europeia (ESA). Para as próximas semanas, esses veículos serão usados para garantir apoio contínuo aos rovers Perseverance e Curiosity, que ajustaram suas rotinas para manter as pesquisas científicas em andamento.
Sonda investiga transformações na atmosfera de Marte
Lançada em novembro de 2013, a sonda entrou na órbita marciana em setembro do ano seguinte para entender como a atmosfera do planeta se transformou ao longo do tempo e por que grande parte dela escapou para o espaço.
A espaçonave observa a camada superior da atmosfera, a ionosfera e a influência do Sol e do vento solar. Esses dados ajudam os cientistas a reconstruir a história climática de Marte, avaliar a presença passada de água líquida e estudar as condições que poderiam ter permitido vida por lá.
Em setembro, ela completou 11 anos em órbita, tornando-se uma das missões mais duradouras dedicadas ao estudo do Planeta Vermelho.

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Missão de resgate histórica está programada para salvar telescópio da NASA
Uma missão de resgate inédita está sendo preparada para salvar um dos telescópios espaciais mais importantes da NASA. A iniciativa visa evitar que o Observatório Neil Gehrels Swift se aproxime demais da atmosfera e acabe totalmente destruído.
O plano envolve o uso de um foguete lançado do ar, uma solução pouco comum, mas vista como a única capaz de atender ao prazo apertado e à órbita específica exigida para a operação. Saiba mais detalhes aqui.
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