1 de agosto de 2025
Nebulosa registrada pelo James Webb revela possível destino do Sol
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Imagens capturadas por dois instrumentos distintos do Telescópio Espacial James Webb (JWST), da NASA, mostram uma nebulosa planetária que pode revelar como será o destino do nosso Sol. 

Chamada NGC 6072, a nebulosa registrada pelo observatório se formou quando uma estrela parecida com o Sol chegou ao fim da vida, começando a expulsar suas camadas externas. Esse processo cria enormes nuvens de gás e poeira no espaço, que podem assumir diversos formatos e ter tamanhos variados.

Nebulosa planetária NGC 6072 capturada em 2011 pelo Telescópio Espacial Spitzer. Crédito: NASA

As imagens mostram que essa nebulosa tem uma forma multipolar, ou seja, com vários jatos de material saindo do centro em direções diferentes. De acordo com um comunicado da NASA, essa descoberta pode ajudar os cientistas a entender melhor como as estrelas morrem.

Cada instrumento do James Webb mostra detalhes diferentes da nebulosa

Um dos registros foi obtido pela NIRCam, que capta o infravermelho próximo. O outro, pelo Instrumento de Infravermelho Médio (MIRI). Cada um revelou detalhes diferentes da nebulosa. 

Na imagem da NIRCam, nota-se que há pelo menos três fluxos de gás saindo do centro da nebulosa, em ângulos variados, o que indica atividade intensa e complexa. Esses fluxos podem estar comprimindo o material ao redor e formando estruturas como discos ou anéis. 

Isso sugere que algo mais está influenciando a forma da nebulosa. Os astrônomos acreditam que, no centro da NGC 6072, exista não apenas uma, mas duas estrelas. A principal está morrendo, e a outra pode ser uma companheira, afetando a maneira como o material é expelido.

A visão feita pelo Telescópio Espacial James Webb no infravermelho próximo mostra uma cena complexa de múltiplas emanações se expandindo em diferentes ângulos a partir de uma estrela moribunda no centro da cena. Crédito: NASA, ESA, CSA, STScI

No centro da cena, há uma área azul-clara, que representa o núcleo quente da estrela moribunda. Ao redor, aparecem regiões alaranjadas e azul-escuras, compostas de gás e poeira. Algumas dessas áreas podem ter se formado por nuvens densas protegidas da radiação estelar.

Já a captura feita pelo MIRI revela anéis concêntricos em torno da nebulosa. Esses anéis teriam surgido por pulsos periódicos da estrela principal ou pela influência da estrela companheira, que pode ter esculpido esse padrão durante sua órbita. Um pequeno ponto rosado visível pode ser a segunda estrela.

Esta visão em infravermelho médio da nebulosa planetária NGC 6072 obtida pelo Telescópio Espacial James Webb mostra conchas circulares em expansão ao redor dos fluxos da estrela central moribunda. Crédito: NASA, ESA, CSA, STScI

Os diferentes comprimentos de onda ajudam a identificar os tipos de gás. O vermelho e o azul marcam o hidrogênio molecular, mais frio. Já o centro, mais quente, mostra gás ionizado. Com o tempo, essa nebulosa vai desaparecer, lançando ao espaço elementos que ajudarão a formar novas estrelas e planetas.

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Webb descobre água congelada ao redor de estrela jovem

Pesquisadores usando o JWST encontraram gelo de água em torno de uma estrela jovem localizada a cerca de 160 anos-luz da Terra chamada HD 181327. 

O objeto está cercado por um disco de detritos – uma espécie de anel formado por poeira e pequenos fragmentos espaciais. Saiba detalhes aqui.

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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/07/31/ciencia-e-espaco/nebulosa-registrada-pelo-james-webb-revela-destino-do-sol/