A engenharia genética pode mudar o rumo da produção de borracha no mundo. Os conceitos estão sendo aplicados na fabricação do produto de forma natural, sem depender de petróleo ou da seiva extraída da casca da seringueira. A iniciativa é da startup francesa baCta, fundada em janeiro deste ano.
A empresa acaba de obter um financiamento de € 3,3 milhões (R$ 20,1 milhões pela cotação atual) para investir na produção em larga escala. O desafio maior é descobrir uma maneira de industrializar o processo laboratorial e fabricar em massa miligramas de matéria-prima que possam ser usadas por outras empresas.
Cada ser humano utiliza 3,5 kg de borracha por ano em diversos meios: transporte, calçados, saúde, bens de consumo, um mercado que movimenta US$ 40 bilhões (R$ 223 bilhões). Com a substituição pela produção natural, seria possível remover mais de 500 milhões de toneladas de CO2 equivalente do planeta, segundo a startup.
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Como é produzida a borracha natural?
No laboratório sediado em Paris, os técnicos da baCta utilizam bactérias geneticamente modificadas para produzir borracha natural in vitro. O método depende de glicose, mas testes estão sendo feitos com acetato e carbono.
O processo consiste em fixar CO2 e outras fontes renováveis dentro das bactérias. O carbono é transformado em isopreno por enzimas projetadas por inteligência artificial. Com uma tecnologia patenteada da startup, é possível realizar a polimerização do isopreno. Por fim, é extraída a borracha de carbono negativo de alta resistência.
O financiamento recém obtido da OVNI Capital será usado para expandir a equipe com cientistas de universidades e fábricas de biotecnologia para aumentar a capacidade de produção. A startup também pretende criar novos protótipos em colaboração com empresas líderes em moda e indústria.
“Nossas ambições não param na borracha: este é o primeiro passo na construção de uma plataforma completa, usando micróbios como fábricas moleculares programáveis para sintetizar isoprenoides de carbono negativo e fornecer insumos para a indústria em todo o mundo”, disse o CEO da startup, Mathieu Nohet.
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Fonte: https://olhardigital.com.br/2024/10/11/ciencia-e-espaco/nem-petroleo-nem-seiva-a-borracha-que-pode-salvar-o-planeta/