22 de fevereiro de 2025
Novo cimento pode salvar o mundo do aquecimento global
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O dióxido de carbono emitido por diversas ações humanas é o principal responsável pelo aquecimento global e pelas mudanças climáticas. E o planeta Terra tem fontes inesgotáveis de minerais que poderiam ser usados para removê-lo da atmosfera. A questão é que eles não reagem rápido o suficiente para neutralizar as emissões humanas.

Foi a partir daí que químicos da Universidade de Stanford decidiram estudar uma maneira prática de remover o dióxido de carbono atmosférico. O método usa calor para transformar minerais comuns em materiais que sequestram carbono permanentemente.

E o que torna o projeto ainda mais atrativo é que o processo pode ser feito em fornos convencionais, como aqueles usados ​​para fazer cimento — ou seja, é de baixo custo, permitindo que seja aplicada em escala nunca vista antes.

Yuxuan Chen e Matthew Kanan adaptaram o método (Imagem: Precourt Institute for Energy/Divulgação)

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Como funciona a técnica?

  • A nova abordagem foi inspirada em uma técnica centenária de fabricação de cimento;
  • Nesse caso, a conversão de calcário em óxido de cálcio é feita em um forno aquecido a cerca de 1.400 graus Celsius; o produto é, então, misturado com areia;
  • A equipe de Stanford substituiu a areia por outro mineral contendo íons de magnésio e silicato, que se transformaram em óxido de magnésio e silicato de cálcio;
  • O resultado: dois minerais alcalinos que reagem rapidamente com CO² ácido no ar;
  • Em duas horas, ambos os materiais se transformaram completamente em novos minerais de carbonato com carbono do CO²preso dentro.

“Nós imaginamos uma nova química para ativar os minerais de silicato inertes por meio de uma reação simples de troca iônica”, disse Yuxuan Chen, autor principal do estudo publicado na Nature e aluno de pós-doutorado de Stanford. “Não esperávamos que funcionasse tão bem quanto funciona.”

Processo pode ser feito em fornos de fábricas de cimento (Imagem: Maksim Safaniuk/iStock)

As tecnologias atuais de remoção de carbono continuam sendo caras, e nem todas têm comprovação de efetividade. Uma das técnicas é a captura direta de ar, que usa painéis de grandes ventiladores para conduzir o ar ambiente por processos químicos ou outros para remover CO².

“Nosso processo exigiria menos da metade da energia usada pelas principais tecnologias de captura direta de ar, e achamos que podemos ser muito competitivos do ponto de vista de custos”, argumenta Matthew Kanan, professor de química na Stanford e autor sênior do artigo.

A cada ano, mais de 400 milhões de toneladas de rejeitos de minas com silicatos são gerados em todo o mundo, fornecendo uma fonte potencialmente grande de matéria-prima. Os pesquisadores também pretendem desenvolver fornos que funcionam com eletricidade em vez de queimar combustíveis fósseis, o que tornaria o método ainda mais sustentável.

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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/02/21/ciencia-e-espaco/novo-cimento-pode-salvar-o-mundo-do-aquecimento-global/