13 de agosto de 2025
Novo método reverte sintomas de demência em testes
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Pesquisadores da França e do Canadá deram um passo importante na luta contra as doenças neurodegenerativas ao comprovar pela primeira vez que a disfunção mitocondrial é a causa dos sintomas cognitivos, como a perda de memória, em condições como Alzheimer e demência frontotemporal.

As mitocôndrias, responsáveis por gerar energia nas células cerebrais, são essenciais para funções neurais, mas seu funcionamento prejudicado estava até agora ligado apenas como consequência das doenças, e não como causa direta.

Pesquisa comprova pela primeira vez relação causal entre função mitocondrial e sintomas cognitivos (Imagem: Anna Nikonorova/Shutterstock)

Ferramenta genética reverte perda de memória

  • A equipe desenvolveu uma ferramenta genética de alta precisão chamada mitoDREADD-Gs, que pode ser ativada por um medicamento específico para aumentar a produção de energia mitocondrial de forma localizada e rápida.
  • Em testes com camundongos, a ativação dessa ferramenta reverteu o comprometimento da memória causado tanto por drogas que afetam as mitocôndrias quanto por modelos genéticos das doenças de Alzheimer e demência.
  • A restauração da função mitocondrial levou à melhora significativa da memória em poucas horas, mesmo em casos avançados de degeneração.

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Resultados em camundongos mostram melhora rápida, mas técnica ainda é limitada para uso humano – Imagem: Marko Aliaksandr/Shutterstock

Aplicação em humanos ainda está distante

Apesar do avanço, o efeito não é permanente, exigindo tratamento contínuo, e a técnica ainda depende de engenharia genética, o que torna sua aplicação em humanos complexa e distante no futuro.

Além disso, cérebros humanos em estágios avançados perdem mais conexões neurais do que os camundongos, o que pode limitar a eficácia do método.

Ainda assim, essa descoberta abre novas perspectivas para entender e tratar doenças neurodegenerativas, destacando o papel crucial das mitocôndrias e possibilitando o desenvolvimento de terapias focadas na restauração da energia celular.

O estudo foi publicado na revista Nature Neuroscience.

Estudo pode indicar novos caminhos para tratar doenças como demência e Alzheimer – Imagem: LightField Studios/Shutterstock

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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/08/13/medicina-e-saude/novo-metodo-reverte-sintomas-de-demencia-em-testes/