Com mais de 400 vulcões ativos, a lua Io, de Júpiter, é o corpo mais vulcânico do Sistema Solar. Nos últimos dois anos, a sonda Juno, da NASA, tem se aproximado desse impressionante corpo celeste, capturando imagens inéditas desde a missão Galileo, há 25 anos.
Recentemente, o instrumento JunoCam da espaçonave registrou um novo vulcão ao sul do equador de Io, em uma área que, em 1997, não apresentava sinais vulcânicos.
Esse novo vulcão está localizado próximo ao já conhecido Kanehekili e foi revelado em imagens de fevereiro deste ano. Essas imagens mostram uma área de 180 por 180 km coberta por fluxos de lava e depósitos vulcânicos, evidenciando uma transformação significativa na superfície de Io desde a última visita da sonda Galileo.
Lua Io é diferente dos outros três maiores satélites de Júpiter
Em um comunicado, Michael Ravine, gerente de projetos avançados da Malin Space Science Systems, empresa responsável pela JunoCam, disse que essa grande formação vulcânica parece ter surgido “do nada”. Ele destaca, no entanto, que a atividade vulcânica de Io é resultado do intenso atrito de maré causado por Júpiter e a lua Europa. Esse fenômeno gera energia térmica e orbital, que aquece o interior de Io, levando o magma à superfície.
Enquanto as outras maiores luas de Júpiter, Europa, Ganimedes e Calisto, possuem oceanos subterrâneos mantidos líquidos por esse calor, em Io é diferente. Em vez disso, o calor interno provoca constantes erupções vulcânicas, cobrindo a superfície da lua com compostos sulfúricos que lhe conferem suas cores vibrantes.
A imagem mais nítida da região foi obtida em 3 de fevereiro de 2024, a uma distância de 2.530 km. Com uma resolução de 1,7 km por pixel, essa foto mostra Io iluminada pela luz solar refletida em Júpiter, destacando a atividade vulcânica da lua.
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Muitas questões sobre Io ainda permanecem sem resposta. Cientistas ainda não compreendem totalmente como o calor gerado por Júpiter é distribuído no interior da lua e a extensão de seu oceano de magma. Também não se sabe o que desencadeia as diferentes erupções vulcânicas e como a superfície de Io é continuamente remodelada, uma vez que não existem crateras de impacto visíveis.
Embora tenha feito descobertas importantes, a sonda Juno não fornecerá respostas definitivas sobre Io. A espaçonave ainda realizará outros sobrevoos da lua, mas a última aproximação significativa será em 2025, a uma distância de 94 mil km. Mesmo assim, as contribuições da JunoCam têm se mostrado valiosas para o avanço do conhecimento sobre Io e seus segredos.
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Fonte: https://olhardigital.com.br/2024/09/13/ciencia-e-espaco/novo-vulcao-e-descoberto-em-lua-de-jupiter-por-sonda-da-nasa/