26 de junho de 2025
O celular americano de Donald Trump não será tão americano
Compartilhe:

A promessa de que o T1 Phone, smartphone lançado pela Trump Organization, seria fabricado nos Estados Unidos, já não aparece mais de forma explícita no site oficial do produto. O dispositivo de Donald Trump, anunciado como um celular com “orgulho americano”, passou por uma mudança sutil, mas significativa, na forma como sua origem é apresentada ao público.

Antes destacado como “MADE IN THE USA” (fabricado nos EUA), o T1 agora é descrito como fruto de um “American-Proud Design”, ou seja, um “design com orgulho americano”. A página também afirma que o produto é “brought to life right here in the USA” — trazido à vida aqui nos EUA —, expressão ambígua que levanta dúvidas sobre o verdadeiro local de fabricação do aparelho.

O site do Trump Mobile não diz mais que o aparelho é produzido nos Estados Unidos, apostando em afirmar que o design é orgulhosamente americano (Imagem: Reprodução / Trump Mobile)

A alteração reforça suspeitas iniciais levantadas por especialistas, que consideraram improvável a produção do modelo em território norte-americano, especialmente com preço estimado em US$ 499.

Menos transparência sobre a fabricação do celular de Trump

  • A remoção da referência direta à fabricação nos EUA ocorreu em meio a questionamentos sobre a viabilidade de montar um smartphone completo no país.
  • A cadeia de suprimentos tecnológica americana ainda não é considerada suficientemente avançada para produzir um aparelho do tipo sem depender de componentes vindos do exterior, principalmente da China.
  • Apesar disso, um porta-voz da Trump Mobile, Chris Walker, afirmou ao USA TODAY que os “Os celulares T1 estão sendo orgulhosamente fabricados na América”.
  • Segundo ele, qualquer especulação contrária seria “simplesmente imprecisa”.
  • Ainda assim, o recuo na comunicação oficial reforça a incerteza sobre a real origem do produto.
Montagem mostrando parte frontal e traseira do celular T1 dourado da família Trump
Além de alterar o marketing do produto, houve alterações nas especificações técnicas do aparelho (Imagem: Reprodução/Trump Mobile)

Especificações também foram alteradas

Além das mudanças na linguagem sobre a fabricação, o site do T1 também modificou as especificações técnicas do aparelho após o anúncio inicial. A tela, inicialmente apresentada como um painel AMOLED de 6,8 polegadas, agora é descrita como tendo 6,25 polegadas. A menção a 12 GB de RAM também foi retirada, embora o motivo das alterações não tenha sido esclarecido.

Essa revisão posterior de especificações é considerada atípica na indústria de smartphones, especialmente para produtos em pré-venda. Em geral, marcas procuram manter consistência nas informações divulgadas para evitar desconfiança entre os consumidores.

Leia mais:

  • EUA x Irã: veja o comparativo entre as forças militares dos dois países
  • 8 filmes sobre política para você assistir online no streaming em 2025
  • Google Maps: 7 polêmicas em que o aplicativo já se envolveu

Pressão política e marketing nacionalista

O lançamento do celular T1 faz parte de um movimento mais amplo do presidente americano Donald Trump para promover a reindustrialização tecnológica dos Estados Unidos. Ele tem cobrado grandes empresas do setor, como a Apple, para que tragam parte da produção ao território nacional.

Donald Trump cobra de big techs o retorno de parte da produção de seus produtos para o país (Imagem: Chip Somodevilla / Shutterstock.com)

Contudo, no caso do T1, o marketing nacionalista parece não se sustentar completamente. A própria imprensa norte-americana, como a CNBC e The Verge, já havia apontado a possibilidade de o aparelho estar sendo fabricado por fornecedores terceirizados na China, o que contrasta com a imagem de produto genuinamente americano promovida inicialmente pela Trump Organization.

O post O celular americano de Donald Trump não será tão americano assim apareceu primeiro em Olhar Digital.

Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/06/26/pro/o-celular-americano-de-donald-trump-nao-sera-tao-americano-assim/