1 de agosto de 2025
O que é um cientista e o que exatamente ele
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Imagine viver em um mundo sem antibióticos, computadores ou previsão do tempo. Sem os avanços da ciência, muita coisa que hoje é parte da nossa rotina ainda seria um mistério. É justamente aí que entra o papel do cientista.

Saber o que um cientista faz ajuda a entender como surgem as tecnologias, as vacinas, os estudos sobre o clima e até as teorias que explicam o funcionamento do universo. Mesmo sem a profissão de cientista ser regulamentada no Brasil, é impossível ignorar a importância dessas pessoas que dedicam a vida a investigar, testar e transformar o conhecimento em soluções reais para a sociedade.

Apesar disso, muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre quem pode ser considerado cientista e qual é o caminho necessário para chegar lá. Será que basta ter curiosidade? É preciso um diploma específico? Existe uma forma certa de fazer ciência?

O que é um cientista e o que ele faz? Entenda sua importância

Marie Curie, cientista polonesa que morreu aos 66 anos por complicações causadas pela exposição prolongada à radiação em seu trabalho. Corbis Historical/GettyImages

Ao longo da história, figuras como Marie Curie, Albert Einstein, Nise da Silveira e Oswaldo Cruz ajudaram a moldar a ideia que temos hoje do que é um cientista.

De maneira geral, um cientista é alguém que se dedica ao estudo sistemático de um fenômeno natural, físico ou social, buscando produzir novos conhecimentos e compreender melhor o mundo à sua volta.

Mas, diferentemente de outras profissões regulamentadas, como engenheiro ou médico, o termo “cientista” não é oficialmente reconhecido como uma profissão no Brasil. Ou seja, não existe um conselho, carteira ou exigência legal para que alguém possa ser chamado de cientista, o que gera dúvidas sobre quem realmente pode ocupar esse título.

Essa ausência de regulamentação não significa que qualquer pessoa possa se declarar cientista sem base ou critérios. Na prática, é o próprio meio acadêmico e científico que define quem pode ou não receber esse reconhecimento.

Isso geralmente ocorre por meio da formação acadêmica, da atuação em pesquisas, da publicação de artigos científicos, da participação em congressos e da contribuição efetiva para o avanço de uma área do conhecimento.

Universidades e instituições de pesquisa também são espaços centrais para o desenvolvimento de cientistas, oferecendo desde a graduação até o pós-doutorado, com programas que incentivam a formação de novos pesquisadores em diferentes áreas.

O que é necessário para ser considerado um cientista?

A presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade, lança a exposição interativa e acessível Vida e saúde: relações (in)visíveis, no Museu da Vida, em Manguinhos. — Imagem: Fernando Frazão/Agência Brasil

Embora não exista uma lei que determine quem pode ser cientista no Brasil, a prática acadêmica costuma reconhecer como tal aqueles que trilham um caminho formal de formação. O primeiro passo costuma ser o ingresso em um curso de graduação em áreas como física, química, biologia, engenharia, ciências sociais, geografia ou outras. A partir daí, o estudante pode seguir para a pós-graduação, onde terá contato mais direto com a prática da pesquisa científica.

Durante o mestrado e o doutorado, o estudante aprende a formular hipóteses, realizar experimentos, coletar dados, interpretar resultados e redigir artigos científicos. Esse ciclo de produção de conhecimento é o que, aos poucos, o coloca no caminho do reconhecimento como cientista.

Além disso, é comum que ele participe de congressos, simpósios e outros eventos acadêmicos para divulgar seu trabalho, receber críticas e aprimorar seus métodos. Também é possível atuar em projetos de iniciação científica ainda durante a graduação, o que acelera a inserção no mundo da pesquisa.

Quais são os tipos de cientistas existentes?

Cientistas brasileiros agachados enquanto procuram fungos no solo da Antártica
(Imagem: Divulgação)

É comum associar a figura do cientista a alguém com jaleco branco, cercado por tubos de ensaio em um laboratório. Essa imagem é válida para algumas áreas, como a biomedicina ou a química, mas a ciência é muito mais ampla do que isso.

Existem cientistas que trabalham com computadores, outros que fazem observações de campo em florestas, comunidades ou desertos, e até aqueles que estudam conceitos abstratos e filosóficos dentro da matemática ou da sociologia. Em comum, todos compartilham o compromisso com o método científico e a busca por explicações fundamentadas em dados, evidências e lógica.

Entre os cientistas mais conhecidos estão os das áreas da saúde e das ciências naturais, como biólogos, físicos e geólogos.

Mas há também cientistas da computação, que desenvolvem algoritmos e sistemas complexos; cientistas sociais, que analisam o comportamento humano e as estruturas da sociedade; cientistas ambientais, que investigam o impacto das atividades humanas no meio ambiente; e cientistas da educação, que estudam formas mais eficazes de ensinar e aprender.

O que os une é o rigor na análise, a curiosidade pelo desconhecido e a contribuição para a sociedade por meio do conhecimento.

Por que a profissão de cientista não é regulamentada no Brasil?

Rachel Birchall, pesquisadora sênior envolvida no projeto de remoção de carbono (Imagem: CISRO/Reprodução)

A ausência de regulamentação da profissão de cientista no Brasil é um reflexo da diversidade de caminhos que levam à atuação científica. Como a ciência se manifesta em praticamente todas as áreas do conhecimento, seria difícil criar uma norma única que definisse critérios para todas as especialidades.

Além disso, muitos profissionais exercem funções de cientistas dentro de outras categorias regulamentadas, como médicos, engenheiros ou psicólogos. Assim, a identidade do cientista acaba sendo construída mais pela prática do que por normas legais.

Isso não significa que a ciência não seja levada a sério no Brasil. Pelo contrário, existem agências de fomento, como o CNPq e a CAPES, que avaliam, financiam e incentivam a produção científica nacional.

O título de pesquisador, por exemplo, pode ser reconhecido oficialmente dentro desses órgãos, com critérios bem estabelecidos de produtividade acadêmica, número de publicações, orientações e projetos desenvolvidos. Em outras palavras, ser cientista no Brasil é possível e valorizado, ainda que não haja uma regulamentação formal da profissão.

O que o cientista faz no dia a dia?

Pesquisadores em caverna na Arábia Saudita
(Imagem: Green Arabia Project)

A rotina de um cientista varia muito conforme a área de atuação, mas geralmente envolve leituras constantes, coleta de dados, testes, análises, escrita e revisão de textos científicos. Também faz parte da rotina participar de reuniões de grupo de pesquisa, orientar alunos e interagir com colegas de outras instituições.

Muitos cientistas também se envolvem com a divulgação científica, levando os conhecimentos produzidos na universidade para o público em geral, por meio de redes sociais, livros, entrevistas e eventos educativos.

A atuação científica também exige dedicação, paciência e, muitas vezes, resiliência frente a resultados inesperados ou negativas de financiamento. Por isso, a formação contínua é essencial.

Mesmo depois de concluir o doutorado, muitos cientistas seguem atualizando seus conhecimentos, seja por meio de cursos, intercâmbios ou colaborações internacionais. A ciência é uma atividade dinâmica, e quem trabalha com ela precisa estar sempre disposto a aprender e se adaptar às novas descobertas.

Com informações de IFSC.

O post O que é um cientista e o que exatamente ele faz? apareceu primeiro em Olhar Digital.

Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/08/01/ciencia-e-espaco/o-que-e-um-cientista-e-o-que-exatamente-ele-faz/