18 de outubro de 2025
O que gostaríamos de ver nas próximas temporadas de Monstro
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A antologia Monstro (Monster), criada por Ryan Murphy e Ian Brennan, se consolidou como uma das séries mais instigantes e polêmicas da Netflix. Ao revisitar crimes reais sob um olhar social e psicológico, a produção explorou histórias de assassinos famosos, como Jeffrey Dahmer, os irmãos Menendez e Ed Gein.

A série já tem uma quarta temporada confirmada. Desta vez, a história girará em torno de Lizzie Borden, a mulher acusada de matar o pai e a madrasta a machadadas em 1892.

Mas, com o sucesso e a força da franquia, surge a pergunta: para onde a série pode ir a partir daqui? Quais temas, figuras e formatos poderiam ampliar o alcance da antologia e torná-la ainda mais relevante?

Monstro: A História de Ed Gein / Crédito: Netflix (reprodução)

O que gostaríamos de ver nas próximas temporadas de Monstro na Netflix?

Até aqui, todas as temporadas de Monstro(s) focaram em homens, explorando as histórias de cada personagem e discutindo questões polêmicas sobre o tema, como arquétipos masculinos de poder, repressão social e familiar.

A quarta temporada promete mudar um pouco esse eixo. A produção mergulhará na história de Lizzie Borden, interpretada por Ella Beatty, a primeira protagonista feminina da antologia. 

A vez das assassinas

Crédiot: Lizzie Boden (domínio público) e a atriz Ella Beatty (IMDB), que vai interpretar a assassina na proxima temporada

Lizzie Borden nasceu em 1860, em Fall River, nos EUA, e em 1892 foi acusada de matar o pai e a madrasta a machadadas. Mesmo com suspeitas e evidências circunstanciais, o júri a absolveu em 1893 por falta de provas. O caso continua sendo um dos maiores mistérios dos Estados Unidos.

Ryan Murphy afirmou à Variety que o novo ciclo será sobre “mulheres rotuladas como monstros”, incluindo figuras históricas além de Borden, como Elizabeth Báthory e Aileen Wuornos. O objetivo, segundo ele, não é glorificar a violência, mas explorar os limites entre culpa, percepção pública e gênero.

A escolha é coerente com a proposta original da série, que usa o crime como ponto de partida para discutir como a sociedade constrói a ideia de “monstro”. No entanto, essa já é uma mudança significativa para alterar a dinâmica da série? Ou será que ela pode expandir em mais outras direções?

Outros casos emblemáticos dos EUA

Imagem do filme “Ted Bundy: A Irresistivel Face do Mal “, disponível no Amazon Prime VIdeo / Crédito: Prime VIdeo (divulgação/reprodução)

Desde a estreia da série, os criadores Murphy e Brenna afirmam que o interesse não está apenas no choque, mas no impacto social e psicológico dos crimes. Eles já declararam que não pretendem retratar figuras como Ted Bundy, John Wayne Gacy ou o Golden State Killer, por considerarem essas histórias centradas apenas em “violência sem propósito”.

Em vista disso, muitos fãs teorizam sobre quais outros casos poderiam aparecer:

  • Albert Henry DeSalvo (O Estrangulador de Boston): matou 13 mulheres no início dos anos 1960. Sua habilidade em armar armadilhas e o terror que espalhou tornam sua história ideal para uma temporada de suspense.
  • Gary Ridgway (O Estrangulador do Green River): assassinou dezenas de mulheres nos anos 1980 e 1990. Seu caso destaca a investigação prolongada e a complexidade de suas manipulações, oferecendo um arco dramático cheio de tensão.
  • Gerard Schaefer (O policial assassino): policial e assassino em série, atraía jovens vítimas usando sua posição de autoridade. Sua história combina suspense psicológico.

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Além dos EUA: monstros de outros países

Monstros Irmãos Menéndez: Assassinos dos Pais
Monstros Irmãos Menéndez: Assassinos dos Pais / Crédito: Netflix (divulgação)

Outro ponto a se observar é o recorte geográfico. Todas as temporadas até agora exploraram crimes americanos, o que faz total sentido, visto que é uma produção dos Estados Unidos. Entretanto, esse foco pode limitar o potencial da série. 

Casos de outros países poderiam renovar o formato, oferecendo novas leituras sobre o crime, mostrando como diferentes culturas tratam esses casos e o impacto que eles causam em suas sociedades.

Abaixo, listamos alguns exemplos de casos famosos mundiais:

  • Andrei Chikatilo (Rússia): “O Açougueiro de Rostov”, matou mais de 50 pessoas entre as décadas de 1970 e 1990.
  • Pedro Alonso López (Colômbia, Equador e Peru): “O Monstro dos Andes”, responsável por cerca de 300 assassinatos de meninas nos anos 1970 e 1980.
  • Harold Shipman (Reino Unido): “Dr. Morte”, médico que matou mais de 250 pacientes com injeções letais; preso em 1998, suicidou-se em 2004.
  • Jack Unterweger (Áustria): escritor e assassino que matou ao menos 11 prostitutas; enforcou-se em 1994.
  • Charles Sobhraj (França/Índia/Nepal): “O Serpente”, seduzia e matava mochileiros no sudeste asiático; libertado em 2022.
  • Tsutomu Miyazaki (Japão): “O Assassino Otaku”, matou quatro meninas entre 1988 e 1989; executado em 2008.
  • Gilles de Rais (França): “O Primeiro Serial Killer”, era um nobre do século XV e aliado de Joana d’Arc, executado por assassinar e torturar dezenas de crianças.

E como poderia ser Monstro, versão brasileira?

A Menina Que Matou Os Pais
O caso de Richthofen recebeu adaptação em filmes, na trilogia “A Menina Que Matou os Pais” /Divulgação: Prime Video

Existem diversos casos nacionais que poderiam ser adaptados caso a Netflix decida produzir uma versão brasileira da série. Até o momento, não há informações sobre a série Monstro abordar casos em outros países, mas isso não é impossível, assim como aconteceu com “Round 6” (Squid Game), que terá uma versão americana.

  • Pedro Rodrigues Filho (Pedrinho Matador): maior assassino em série do país, condenado por 71 homicídios, foi morto em 2023 aos 68 anos.
  • Suzane von Richthofen: condenada pelo assassinato dos próprios pais em 2002, em um crime que chocou o país; cumpre pena em regime fechado.
  • Francisco de Assis Rocha (Maníaco do Parque): assassino em série que atacava mulheres em parques de São Paulo nos anos 1990; condenado e cumpriu pena em regime fechado.
  • João Acácio Pereira da Costa (Andando da Luz Vermelha): serial killer que aterrorizou cidades do interior com assassinatos e roubos durante décadas; cumpriu pena até sua morte.
  • Marcelo Costa de Andrade (Vampiro de Niterói): matou 14 crianças entre 1980 e 1991, abusando sexualmente das vítimas antes de assassiná-las; cumpre pena em manicômios judiciários até sua morte.

Temporadas com mais de um caso

Monstro: Dahmer / Crédito: Netflix (reprodução)

Uma temporada com mais de um caso também ampliaria o potencial narrativo da série. Nem todas as histórias precisariam se estender em tramas longas e complexas; alguns crimes poderiam ser explorados em apenas dois ou três episódios mais intensos, com começo, meio e fim bem definidos. 

Essa estrutura permitiria abordar diferentes formas de monstruosidade (psicológica, social ou moral) além de dar espaço a casos menos conhecidos, mas igualmente perturbadores, tornando a produção mais abrangente e imprevisível.

Se pudesse decidir o rumo de “Monstro”, o que mudaria na próxima temporada?

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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/10/18/cinema-e-streaming/o-que-gostariamos-de-ver-nas-proximas-temporadas-de-monstro-na-netflix/