O uso de medicamentos controlados tem crescido nos últimos anos, especialmente em tratamentos para ansiedade, insônia e transtornos do humor. Entre eles, os remédios de tarja preta se destacam pelo alto potencial de causar dependência e efeitos adversos.
Antes de iniciar qualquer tratamento com esse tipo de substância, é essencial entender o que essa classificação representa, quais são os riscos envolvidos ao corpo e a mente, e por que o acompanhamento médico é indispensável.
O que são remédios tarja preta?
De acordo com o Mistério da Saúde, os remédios tarja preta são medicamentos cuja venda exige uma fiscalização mais rigorosa.
Normalmente, trata-se de substâncias que atuam diretamente no sistema nervoso central, com potencial para provocar dependência ou até risco de morte (em casos de intoxicação devido a doses excessivas ou reação com outras drogas, como álcool). Por isso, só podem ser comprados com receita médica, a qual deve ser entregue e mantida na farmácia.
Em outras palavras, a indicação de tarja preta nos medicamentos evidencia que eles contêm princípios ativos em doses elevadas, cujo uso incorreto pode provocar reações adversas sérias.
Sobretudo, essa classificação preta nos medicamentos vai além da intensidade do efeito terapêutico. Afinal, ela também aponta o risco de dependência e de efeitos colaterais relevantes. Por isso, serve como um alerta importante tanto para os profissionais da saúde quanto para os pacientes, reforçando a necessidade de uso responsável e acompanhamento contínuo durante o tratamento.
Classificação dos Medicamentos de Tarja Preta

Após compreender os critérios que tornam um medicamento sujeito à tarja preta, é importante conhecer os grupos farmacológicos que mais frequentemente se enquadram nessa classificação. A seguir, veja os principais tipos que compõem essa categoria:
- Benzodiazepínicos: são medicamentos ansiolíticos usados para tratar ansiedade, insônia e convulsões, com ação calmante sobre o sistema nervoso ao influenciar o neurotransmissor GABA. Exemplos comuns são: diazepam, clonazepam e alprazolam.
- Hipnóticos e sedativos: utilizados para induzir o sono e tratar distúrbios como a insônia, esses medicamentos também atuam no sistema GABAérgico. Zolpidem é um exemplo comum.
- Neurolépticos (antipsicóticos): indicados para o tratamento de transtornos psiquiátricos como esquizofrenia e transtorno bipolar. Incluem substâncias como haloperidol, risperidona e olanzapina.
- Anfetaminas e derivados: estimulantes do sistema nervoso central, são prescritos principalmente para o tratamento do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e, em alguns casos, para obesidade. Exemplos incluem metilfenidato e lisdexanfetamina.
Por que remédios tarja preta são contraindicados a longo prazo?

Antes de mais nada, é preciso esclarecer que nem todos os medicamentos de tarja preta são proibidos para uso prolongado, mas muitos exigem cautela devido ao seu potencial de causar dependência, tolerância e efeitos adversos cumulativos. Dessa forma, a contraindicação ao uso contínuo depende da classe farmacológica, da condição clínica do paciente e da supervisão médica.
Os benzodiazepínicos, por exemplo, são indicados para consumo a curto prazo, tendo em vista seu perigo de dependência. Para se ter uma ideia, o uso prolongado do Rivotril, por exemplo, ocasiona dependência psíquica (não conseguir ficar sem o remédio) e tolerância (é necessária uma dose cada vez maior para fazer efeito), além de efeitos severos como problemas de memória, demência, e depressão respiratória (no caso de superdosagem ou reação com outros depressores, como álcool).
A dependência, por sua vez, nesse caso caracteriza-se pelo consumo compulsivo da substância e pela manifestação de sintomas de abstinência quando há interrupção do uso. Esses sintomas podem envolver ansiedade intensa, insônia, tremores, sudorese, palpitações, irritabilidade, convulsões e, em situações mais severas, episódios de psicose.
Entre outras coisas, o uso contínuo de remédios tarja preta pode causar retenção de líquidos, alterações no metabolismo e aumento do apetite. Consequentemente, esses efeitos, quando combinados, comprometem o equilíbrio do organismo.
Sobretudo, os alertas que envolvem medicação com tarja preta não são apenas para o uso contínuo ou a longo prazo, mas também para o uso indiscriminado (sem acompanhamento médico). Afinal, usar o medicamento em altas doses, talvez por ter desenvolvido tolerância a doses mais baixas, pode trazer graves consequências, como sedação e morte. Abaixo, confira mais efeitos de uso prolongado de medicamentos tarja preta, mais especificamente do grupo dos benzodiazepínicos.
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Efeitos adversos do uso prolongado de benzodiazepínicos

De acordo com o portal Better Health Channel, mantido pelo governo do estado de Victoria, na Austrália, o uso regular e prolongado de benzodiazepínicos pode acarretar diversos problemas de saúde. Os efeitos mais comuns incluem:
- Prejuízo no pensamento e perda de memória
- Agravamento de quadros de ansiedade e depressão
- Irritabilidade, paranoia e comportamento agressivo
- Alterações na personalidade
- Fraqueza, letargia e falta de motivação
- Sonolência excessiva e fadiga
- Dificuldades para dormir e sonhos perturbadores
- Dores de cabeça
- Náuseas
- Erupções cutâneas e ganho de peso
- Desenvolvimento de dependência química
- Sintomas de abstinência ao interromper o uso
Esses efeitos reforçam a necessidade de acompanhamento médico rigoroso, especialmente em tratamentos de longa duração com tais medicamentos.
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