13 de fevereiro de 2025
Onda de calor quase dizimou espécie marinha, revela estudo
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Aves marinhas “parentes” dos pinguins sempre foram comuns no Alasca. Chamada de airo-comum (Uria aalge), a espécie mergulhava em águas geladas em busca de peixes e fazia ninhos em colônias movimentadas. No entanto, tudo isso mudou.

Um grupo de cientistas descobriu que uma onda de calor marinha brutal matou cerca de quatro milhões de animais da espécie. Conhecido como “Blob”, o fenômeno climático durou cerca de dois anos, entre 2014 e 2016.

Maior caso de morte em massa de uma espécie na era moderna

  • Os pesquisadores afirmam que este é o maior caso de morte em massa de uma única espécie na era moderna.
  • A onda de calor tomou conta do nordeste do Pacífico, fazendo as temperaturas do oceano subirem cerca de 4ºC.
  • Isso foi o suficiente para diminuir drasticamente a população de fitoplânctons, que são a base da cadeia alimentar marinha, desencadeando um efeito dominó.
  • Em 2015 e 2016, colônias inteiras de airo-comum começaram a ficar sem comida.
  • Pesquisadores chegaram a encontrar 62 mil aves mortas em um único ano.
  • O tamanho desta catástrofe, no entanto, só foi divulgado em um novo estudo publicado na revista Science.
Espécie airo-comum foi muito impactada pelo aumento das temperaturas (Imagem: Serviço Geológico dos Estados Unidos)

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Espécie ainda não conseguiu se recuperar

O trabalho aponta que pelo menos metade da população da espécie simplesmente desapareceu no Alasca. No leste do Mar de Bering, as perdas chegaram a incríveis 75%. Estes números são até oito vezes maiores do que as estimativas iniciais dos cientistas, fazendo deste um dos maiores eventos de mortalidade de animais selvagens de uma única espécie já documentados.

Os pesquisadores destacam que as mortes foram aproximadamente quinze vezes maiores do que as de aves marinhas vítimas do derramamento de óleo do Exxon Valdez, em 1989. Este é frequentemente descrito como um desastre ambiental de proporções épicas.

Conceito de catástrofe; Aquecimento Global
Fenômeno foi causado pelas mudanças climáticas (Imagem: Bigc Studio/Sshutterstock)

Ainda segundo os cientistas, mesmo sete anos após a onda de calor, ainda não há sinais de recuperação dos animais. O principal temor é que o ecossistema da região possa não ser mais capaz de sustentar populações tão grandes da espécie, o que vai deixar impactos duradouros para a vida marinha.

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Fonte: https://olhardigital.com.br/2024/12/17/ciencia-e-espaco/onda-de-calor-quase-dizimou-especie-marinha-revela-estudo/