A OpenAI encerra outubro em meio a uma profunda reestruturação: agora com fins lucrativos, um novo acordo com a Microsoft e uma pressão inédita para alcançar a chamada inteligência artificial geral (AGI). O termo refere-se a sistemas de IA capazes de igualar ou superar a capacidade cognitiva humana — um marco que, embora ainda teórico, tornou-se o principal objetivo da indústria global de tecnologia. As informações são do The Verge.
A nova fase da parceria entre OpenAI e Microsoft
A colaboração entre as duas empresas começou em 2019, com uma cláusula de AGI que previa que a Microsoft teria acesso à tecnologia da OpenAI até que esta atingisse o marco de criar uma inteligência geral artificial. A partir do novo acordo, anunciado nesta semana, a relação entre as companhias muda de forma significativa.
A OpenAI precisava da aprovação da Microsoft para concluir sua transição para empresa com fins lucrativos — um passo que poderia lhe custar até US$ 10 bilhões se não fosse concluído até o fim do ano. Como resultado das negociações, a Microsoft garantiu novas concessões importantes:
- Extensão de direitos de propriedade intelectual (IP) sobre modelos e produtos da OpenAI até 2032, incluindo tecnologias desenvolvidas após a conquista da AGI;
- Verificação independente da AGI: a declaração de que a OpenAI atingiu o marco será validada por um painel de especialistas externos, e não apenas pela própria empresa;
- Autonomia para perseguir AGI: a Microsoft agora pode desenvolver sua própria inteligência artificial geral de forma independente ou em parceria com outras empresas.
Essas mudanças colocam as duas gigantes em uma competição direta dentro de um mesmo campo que antes era colaborativo.
AGI: conceito, disputa e incertezas
O novo acordo deixa claro que a Microsoft pode usar a propriedade intelectual da OpenAI — inclusive métodos e modelos internos — para desenvolver suas próprias soluções de AGI. Isso inclui até cooperações com concorrentes diretos da OpenAI, como a Anthropic, empresa da qual a Microsoft já passou a adquirir tecnologia de IA.

A corrida pela AGI ganhou intensidade, com estimativas otimistas surgindo no setor. O CEO da OpenAI, Sam Altman, afirmou que a empresa acredita saber como construir AGI e mira 2025 como possível marco. Já o CEO da Anthropic, Dario Amodei, prevê que uma IA “poderosa” possa surgir entre 2026 e os próximos anos.
Apesar do otimismo, a própria OpenAI reconhece que o conceito de AGI tornou-se difuso. Altman declarou recentemente que o termo está “sobrecarregado” e perdeu parte de seu significado original, defendendo que o foco deve ser em desenvolver um “pesquisador automatizado de IA” até 2028.
Novo foco: AGI pessoal e hardware próprio
Em meio às tensões, a OpenAI também aposta em novos caminhos. O novo acordo garante que a Microsoft não terá acesso à propriedade intelectual relacionada ao hardware da startup, o que reforça os planos da empresa de investir em um dispositivo próprio, desenvolvido com o designer Jony Ive, ex-Apple. A proposta é criar uma “AGI pessoal” que possa auxiliar usuários em tarefas de trabalho e vida cotidiana — um conceito similar ao de “superinteligência pessoal” defendido por Mark Zuckerberg, da Meta.
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O futuro da OpenAI e de sua parceria com a Microsoft deve moldar o ritmo da corrida pela AGI e, potencialmente, redefinir o papel da inteligência artificial na economia global. Enquanto bilhões de dólares e interesses corporativos se alinham nessa disputa, a pergunta central permanece: quem chegará primeiro à verdadeira inteligência artificial geral?

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