11 de setembro de 2025
OpenAI e Oracle fecham contrato histórico de R$ 1,62 trilhão
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A Oracle e a OpenAI assinaram um dos maiores contratos de computação em nuvem já registrados, no valor de US$ 300 bilhões (R$ 1,62 trilhão, na conversão direta), a serem desembolsados ao longo de aproximadamente cinco anos.

A informação foi revelada por pessoas familiarizadas com o acordo e divulgada pelo The Wall Street Journal. O contrato, que começa em 2027, prevê a compra massiva de poder computacional pela OpenAI, em movimento considerado um dos mais ousados do setor de inteligência artificial (IA).

Maior parte da nova receita revelada pela Oracle no último trimestre vem diretamente desse acordo com a OpenAI (Imagem: ricochet64/Shutterstock)

Acordo com OpenAI potencializa receitas da Oracle

  • Segundo fontes, a maior parte da nova receita revelada pela Oracle no último trimestre vem diretamente desse acordo com a OpenAI;
  • A companhia anunciou que adicionou US$ 317 bilhões (R$ 1,71 trilhão) em receitas contratuais futuras até 31 de agosto e, sua presidente-executiva, Safra Catz, confirmou que três grandes clientes fecharam contratos no período;
  • A notícia impulsionou as ações da Oracle, que chegaram a subir 43% nesta quarta-feira (10), aumentando a fortuna do presidente do conselho, Larry Ellison, em mais de US$ 100 bilhões (R$ 540,44 bilhões) e transformando-o no homem mais rico do mundo, ultrapassando Elon Musk;
  • O contrato exigirá uma capacidade de energia de 4,5 gigawatts, o equivalente à produção de mais de duas barragens Hoover ou ao consumo de cerca de quatro milhões de residências;
  • Para atender à demanda, a Oracle está trabalhando com construtoras de data centers, como a Crusoe, em projetos espalhados por estados dos EUA, como Wyoming, Pensilvânia, Texas, Michigan e Novo México.

Riscos

Apesar do impacto positivo imediato no mercado, o acordo envolve riscos significativos para ambas as partes. A OpenAI, que revelou, em junho, receita anual de aproximadamente US$ 10 bilhões (R$ 54,04 bilhões), terá de desembolsar, em média, US$ 60 bilhões (R$ 324,26 bilhões) por ano no contrato — um valor seis vezes superior à sua receita atual.

A startup já afirmou que não espera gerar lucros até 2029 e pode acumular prejuízos de até US$ 44 bilhões (R$ 237,79 bilhões) até lá. Para a Oracle, a concentração de grande parte de sua receita futura em apenas um cliente representa um risco elevado, especialmente diante da necessidade de contrair dívidas para adquirir chips de IA e sustentar a operação.

A dependência de capacidade computacional é hoje o maior desafio da OpenAI. A escassez de servidores e chips tem limitado a expansão de seus produtos e a criação de novos modelos de IA, em cenário que afeta todo o setor. Estima-se que, até 2028, os gastos com chips, servidores e infraestrutura de data centers somem US$ 2,9 trilhões (R$ 15,67 bilhões), segundo o Morgan Stanley.

Representação de nuvens
OpenAI confia na nuvem da Oracle para hospedar o ChatGPT e seus demais serviços de IA (Imagem: JLStock
/Shutterstock)

Esse contrato também está vinculado ao projeto Stargate, parceria entre OpenAI, SoftBank e Oracle para investir US$ 500 bilhões (R$ 2,70 trilhões) em data centers domésticos nos próximos quatro anos. Inicialmente dependente da Microsoft Azure para fornecer sua infraestrutura de nuvem, a OpenAI passou a diversificar seus parceiros em 2024, fechando acordos também com Google e Oracle.

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Por que a Oracle?

A aposta da OpenAI no contrato com a Oracle baseia-se na expectativa de que o ChatGPT e outros produtos da empresa mantenham crescimento acelerado e sejam adotados por bilhões de pessoas, além de grandes corporações e governos.

Contudo, a companhia enfrenta desafios, como a guerra por talentos, negociações tensas com a Microsoft e investigações regulatórias sobre sua reestruturação para fins lucrativos em dois estados estadunidenses.

Enquanto isso, a Oracle busca se posicionar como um dos principais players da era da inteligência artificial, apesar de sua alta alavancagem financeira.

Fachada de um prédio da Microsoft
Startup quer deixar de ser dependente de outras big techs, como a Microsoft (Imagem: LCV/Shutterstock)

Dados da S&P Global Market Intelligence mostram que a relação dívida/patrimônio da Oracle chega a 427%, contra 32,7% da Microsoft. No último exercício fiscal, a Oracle registrou fluxo de caixa operacional de US$ 21,5 bilhões (R$ 116,19 bilhões) e despesas de capital de US$ 27,4 bilhões (R$ 148,08 bilhões), valores muito inferiores aos da rival Microsoft, que alcançou US$ 136 bilhões (R$ 734,99 bilhões) de fluxo de caixa e US$ 88 bilhões (R$ 475,58 bilhões) em despesas de capital.

O acordo entre OpenAI e Oracle, portanto, marca não apenas um dos maiores contratos de nuvem da história, mas, também, um ponto de inflexão na corrida global pela liderança em inteligência artificial.

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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/09/10/pro/openai-e-oracle-fecham-contrato-historico-de-r-1-62-trilhao/