3 de dezembro de 2025
Operação Power OFF: PF mira rede que vendia ataques para
Compartilhe:

A Polícia Federal deflagrou a Operação Power OFF nesta quarta-feira (03). O objetivo é desarticular uma associação criminosa especializada em ataques cibernéticos do tipo DDoS (Negação de Serviço Distribuída). 

A ação mira administradores de plataformas ilegais e clientes que contrataram os serviços para derrubar sites e sistemas. São cumpridos quatro mandados de busca e apreensão e dois de prisão temporária em quatro cidades no Brasil. 

O grupo é responsável por ofensivas digitais contra órgãos estratégicos nacionais, como a própria PF, o Serviço Federal de Processamento de Dados (SERPRO), a Dataprev e o Centro Integrado de Telemática do Exército Brasileiro

As investigações contaram com a cooperação até do FBI, dos Estados Unidos.

PF cumpriu mandados em quatro estados contra administradores e clientes do esquema

A Operação Power OFF (“desligar a energia”, em tradução livre) foi deflagrada para desmantelar uma associação criminosa que vendia ataques DDoS sob demanda

Objetivo da Operação Power OFF da PF é desarticular uma associação criminosa especializada em ataques cibernéticos do tipo DDoS (Imagem: Polícia Federal)

Foram expedidos quatro mandados de busca e apreensão e dois de prisão temporária, cumpridos em São Paulo (SP), São Caetano do Sul (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Tubarão (SC).

Os investigados poderão responder pelos crimes de associação criminosa e interrupção ou perturbação de serviço telemático ou de informação de utilidade pública, previstos na legislação penal brasileira.

A ação é conjunta e envolve polícias, agências de aplicação da lei e entidades acadêmicas. O objetivo é reforçar o compromisso da PF no combate a crimes cibernéticos que ameaçam infraestruturas estratégicas do país, segundo a corporação.

Ataque DDoS sobrecarrega sites e é vendido sob demanda por plataformas ilegais

Em ataques DDoS (Negação de Serviço Distribuída), criminosos geram milhões de acessos simultâneos falsos a um site ou sistema. 

Ataques de hackers à logística ampliam roubos de carga e prejuízos bilionários
Objetivo de ataques DDoS é sobrecarregar servidores para deixar serviços fora do ar ou extremamente lentos (Imagem: PeopleImages/Shutterstock)

O objetivo é sobrecarregar o servidor para deixar o serviço fora do ar ou extremamente lento. Assim, seus recursos ficam indisponíveis para usuários de verdade. Diferente de uma invasão, o DDoS não rouba dados. Ele simplesmente derruba o alvo.

Esses ataques sob demanda são conhecidos como booters e stressers. E plataformas ilegais permitem que qualquer pessoa, mesmo sem conhecimento técnico, contrate ataques DDoS mediante pagamento. 

Os serviços são hospedados em servidores de nuvem distribuídos em diversos países e utilizados por agentes em escala mundial.

Tais ataques podem prejudicar serviços essenciais do governo, atrasar atendimentos e colocar em risco a segurança de informações sensíveis.

Leia mais:

  • IA acelera ciberataques e pressiona defesa dos EUA
  • 6 dicas para reduzir seus rastros na internet
  • 5 cuidados que você deve ter ao usar Wi-Fi público

PF também investiga ataques DDoS contra deputados que apoiaram o PL Antiaborto

A Polícia Federal deflagrou a Operação Intolerans, na terça-feira (02), para investigar ataques cibernéticos do tipo DDoS contra sites de deputados federais que apoiaram o Projeto de Lei nº 1904/2024 (PL Antiaborto). Foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão em São Paulo (SP) e Curitiba (PR)

A ofensiva coordenada dos criminosos gerou instabilidade e períodos de indisponibilidade nos sites dos parlamentares, o que afetou a comunicação institucional e a atuação legislativa.

Montagem com fotos dos deputados Alexandre Ramagem, Eduardo Bolsonaro e Bia Kicis, que teriam sido alvos de ataques cibernéticos investigados pela Polícia Federal (PF)
Páginas dos deputados Alexandre Ramagem (PL-SP), Eduardo Bolsonaro (PL-RJ) e Bia Kicis (PL-DF) teriam sido alvos de ataques DDoS também (Imagem: Valter Campanato e Marcelo Camargo – Agência Brasil / Maryanna Oliveira – Câmara dos Deputados)

Entre os deputados afetados estão Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que teve o site invadido e substituído por uma publicação antiga do presidente Lula no X/Twitter, e Alexandre Ramagem (PL-RJ), cujo site foi derrubado por instabilidade no servidor. 

A página de Bia Kicis (PL-DF) saiu do ar após sobrecarga, e o domínio do Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) ficou inacessível por um erro interno. 

Outros parlamentares como Júlia Zanatta (PL-SC), Greyce Elias (Avante-MG) e o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, também relataram invasões na época da discussão do texto.

A operação visa identificar e responsabilizar os envolvidos na ação criminosa. A ação contou com o apoio de parceiros estrangeiros por meio de cooperação jurídica internacional. E a PF prossegue com as investigações para assegurar a responsabilização dos autores.

O post Operação Power OFF: PF mira rede que vendia ataques para derrubar sites do governo apareceu primeiro em Olhar Digital.

Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/12/03/seguranca/operacao-power-off-pf-mira-rede-que-vendia-ataques-para-derrubar-sites-do-governo/