21 de fevereiro de 2025
Tratamento para uma causa de perda gestacional é descoberto
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Uma dúvida muito comum entre mulheres grávidas é se elas podem tomar paracetamol. Um questionamento que faz todo sentido, uma vez que a comunidade médica ainda não chegou a veredito sobre o tema. Existem estudos que relacionam essa substância a algumas doenças que podem acometer o bebê e outros que dizem que não há problema nenhum.

Para quem não ligou o nome ao remédio, ele é o princípio ativo do Tylenol, por exemplo, e, como analgésico e antitérmico, serve para aliviar dores e ajudar a controlar a febre. Ou seja, trata-se de medicamento comum e amplamente usado aqui no Brasil — tanto que nem precisa de receita médica para comprá-lo.

Esse fácil acesso torna seu uso mais perigoso, segundo os cientistas que defendem a proibição. É o caso de pesquisadores da Universidade de Washington (EUA), que acabam de divulgar artigo, publicado na Nature Mental Health, que sugere a relação do uso do paracetamol na gravidez a risco maior de a criança desenvolver o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).

Paracetamol é um analgésico bastante comum e que você já deve ter usado (Imagem: Aleksandra Gigowska/Shutterstock)

O TDAH é uma condição neurológica que afeta a capacidade de concentração e pode causar hiperatividade (como diz seu próprio nome). Os principais sintomas são dificuldade de atenção, inquietação, impulsividade, agitação, além de distração fácil.

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Paracetamol e TDAH

  • Neste estudo mais recente, os cientistas analisaram biomarcadores de exposição ao acetaminofeno (nome científico do paracetamol) em 307 pares de mães e filhos estadunidenses;
  • A partir disso, a equipe identificou que a maioria das crianças desse grupo com diagnóstico de TDAH têm mães cujas amostras de sangue apontaram para presença da substância no segundo trimestre da gravidez;
  • Essas crianças tiveram probabilidade 3,15 vezes maior de diagnóstico de TDAH quando comparadas com aquelas sem exposição ao remédio;
  • Segundo os cientistas, a associação se mostrou mais forte entre as mulheres do que entre os homens;
  • Vale destacar que esta foi uma pesquisa de observação de dados;
  • Ela ajuda a fortalecer a tese, mas não é definitiva — assim como várias outras que existem.

O que diz a outra pesquisa

“E por que esse debate todo na comunidade científica?”, você pode estar se indagando. Há aproximadamente um ano, em abril de 2024, outro estudo causou bastante impacto no meio acadêmico. E ele fala justamente o contrário da pesquisa recém-divulgada.

Publicado na revista científica JAMA, o artigo leva a assinatura de pesquisadores do Instituto Karolinska (Suécia) e da Universidade de Drexel (EUA).

Os pesquisadores analisaram os registros médicos e pré-natais de cerca de 2,5 milhões de crianças nascidas na Suécia entre 1995 e 2019. E o critério principal utilizado foi o estudo de irmãos com os mesmos pais biológicos.

Associação Brasileira de TDAH estima que cerca de 8% das crianças e adolescentes do País tenham o transtorno (Imagem: Phalexaviles/Shutterstock)

Segundo o MedicalXpress, na ciência, a análise entre irmãos é poderosa, pois eles compartilham fatores genéticos e ambientais, o que elimina algumas das variáveis que podem distorcer os resultados nos ensaios clínicos.

E, a partir dessa coleta de dados, os cientistas demonstraram que não havia evidências de maior risco de autismo, TDAH ou deficiência intelectual associado ao uso de paracetamol durante a gravidez.

Há especialistas que concordam com essa análise e outros que ficam com a pesquisa mais recente. Independentemente disso, o mais importante é sempre seguir a orientação de seu médico.

O post Paracetamol na gravidez pode aumentar risco de TDAH em crianças; entenda apareceu primeiro em Olhar Digital.

Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/02/19/medicina-e-saude/paracetamol-na-gravidez-aumenta-risco-de-tdah-em-criancas-entenda/