23 de novembro de 2024
Pentágono e inteligência dos EUA recebem ordem para expandir uso
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A Casa Branca, sede do governo dos Estados Unidos, emitiu uma diretriz ao Pentágono e às agências de inteligência para intensificarem o uso de inteligência artificial (IA), em um esforço para enfrentar a concorrência tecnológica da China e outros adversários.

Essa medida faz parte de um memorando de segurança nacional publicado na quinta-feira, que visa aumentar as experiências e o uso de IA nas agências governamentais. A diretriz também proíbe o uso da tecnologia de forma que não esteja em consonância com os valores democráticos, segundo um comunicado oficial da Casa Branca.

Estratégia inédita de IA em segurança nacional dos Estados Unidos

Jake Sullivan, assessor de segurança nacional, afirmou que essa é a primeira estratégia do país para aproveitar o poder da IA, ao mesmo tempo que se gerenciam os riscos para avançar na segurança nacional. Em discurso, Sullivan destacou que a velocidade de evolução da IA é “estonteante” e que a tecnologia tem o potencial de impactar áreas que vão desde a física nuclear até a tecnologia stealth.

Jake Sullivan, assessor de segurança nacional da presidência americana. (Imagem: YouTube/Reprodução)

Segundo o jornal americano The Washington Post, a Casa Branca acredita que a criação de regras claras para o uso de IA facilitará a adoção dessa tecnologia pelas agências governamentais. Em uma coletiva de imprensa, um oficial sênior da administração disse que, sem clareza política e legal, as agências terão menos margem para experimentação.

Implicações para segurança e defesa

  • O memorando de segurança nacional estabelece que o uso de IA pelo governo não deve ser empregado para monitorar a liberdade de expressão dos americanos, nem para contornar os controles existentes sobre armas nucleares.
  • Um dos principais focos do documento é garantir que os EUA mantenham sua liderança em IA, para evitar “surpresas estratégicas” de rivais como a China.
  • Nos últimos anos, o governo dos EUA tomou medidas para equilibrar o uso responsável de IA com a necessidade de inovação, especialmente à medida que grandes empresas de tecnologia continuam avançando no desenvolvimento dessas ferramentas.
  • O memorando também orienta o governo a ajudar empresas dos EUA a protegerem sua tecnologia de IA contra roubo por espiões estrangeiros, além de diversificar a cadeia de suprimentos de chips de computador de alta performance, fundamentais para projetos avançados de IA.

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IA na disputa entre EUA e China

A IA tem sido vista por comandantes militares, membros do governo Biden e políticos do Congresso como um ponto central na competição entre EUA e China, tanto no âmbito militar quanto econômico. O governo americano já proibiu a exportação de certos chips de computador essenciais para programas avançados de IA à China. Apesar de restrições, líderes da indústria tecnológica e militar alertam que a China não está muito atrás dos EUA nessa área.

No setor militar, a IA já desempenha papéis importantes, como no reconhecimento de imagens para análise de fotos de satélite e em mísseis de cruzeiro com navegação autônoma. Analistas militares afirmam que a IA terá um papel ainda mais central nos próximos anos, especialmente na região do Pacífico, onde a competição entre EUA e China por influência é intensa.

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Estados Unidos e China protagonizam disputa no mercado tecnológico, inclusive em IA. (Imagem: Knight00730/Shutterstock.com)

Uso da IA e preocupações com direitos civis

Advogados de privacidade e direitos civis alertam que a mesma tecnologia de IA usada contra adversários pode ser voltada contra os próprios cidadãos americanos. Investigações mostraram que departamentos de polícia nos EUA utilizam rotineiramente tecnologia de reconhecimento facial, muitas vezes sem divulgar essas práticas.

O memorando da Casa Branca é enfático ao afirmar que o uso governamental de IA deve estar alinhado com valores democráticos. Além disso, as agências são obrigadas a monitorar os riscos que os sistemas de IA podem representar para a privacidade, discriminação e direitos humanos.

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Fonte: https://olhardigital.com.br/2024/10/24/pro/pentagono-e-inteligencia-dos-eua-recebem-ordem-para-expandir-uso-de-ia/