18 de julho de 2025
Pesquisa revela erro que pode mudar tudo na busca por
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Mais de 200 exoplanetas conhecidos provavelmente são muito maiores do que se pensava. É o que revelou uma pesquisa feita por astrônomos da Universidade da Califórnia e publicada no Astrophysical Journal Letters nesta semana.

E daí? Bem, essa descoberta pode mudar quais mundos distantes os pesquisadores consideram potenciais abrigos para vida extraterrestre. “Isso significa que talvez tenhamos encontrado, na verdade, menos planetas parecidos com a Terra do que pensávamos”, disse Te Han, doutorando na UC Irvine e autor principal do estudo, em comunicado.

Estrelas vizinhas podem ‘contaminar’ luz de estrela que mostra exoplanetas para pesquisadores, diz estudo

A equipe de Han estudou observações de centenas de exoplanetas captados pelo Satélite de Pesquisa de Exoplanetas em Trânsito da NASA (TESS) e descobriu que a luz de estrelas vizinhas pode “contaminar” a luz da estrela que está sendo estudada.

Isso pode fazer com que qualquer planeta que passe na frente dessa estrela pareça menor do que realmente é, já que planetas menores bloqueiam menos luz do que planetas maiores.

  • Os astrônomos não podem observar exoplanetas diretamente. Eles precisam esperar que um planeta passe na frente de sua estrela hospedeira e, então, medem a queda sutil na luz emitida pela estrela.
Astrônomos precisam esperar que o exoplaneta passe na frente de sua estrela hospedeira para observá-lo (Imagem: Muratart/Shutterstock)

Han reuniu centenas de estudos que descrevem exoplanetas descobertos pela missão TESS e os classificou de acordo com a forma como diversas equipes de pesquisa mediram os raios desses exoplanetas.

Com isso, pôde estimar, com a ajuda de um modelo computacional, o grau de distorção nessas medições devido à contaminação luminosa de estrelas vizinhas.

A equipe utilizou observações de outra missão, o satélite Gaia, para estimar o quanto essa contaminação de luz está afetando os dados do TESS.

“Os dados do TESS estão contaminados, e o modelo personalizado de Te corrige isso melhor do que qualquer outro na área”, disse Paul Robertson, professor de astronomia da UC Irvine e coautor do estudo. “Isso levanta a pergunta: quão comuns são, afinal, os planetas do tamanho da Terra?”

Descoberta diminui ainda mais o número de exoplanetas com tamanho parecido ao da Terra

O número de exoplanetas considerados semelhantes em tamanho à Terra já era pequeno. “Dos sistemas com um único planeta descobertos pelo TESS até agora, apenas três eram considerados semelhantes à Terra em composição”, disse Han. “Com essa nova descoberta, todos eles são, na verdade, maiores do que pensávamos.”

Terra vista do Espaço
Descoberta de estudo levanta a questão: quão comuns são, afinal, planetas do tamanho da Terra? (Imagem: Dima Fel/Shutterstock)

Isso significa que, em vez de serem planetas rochosos como a Terra, eles provavelmente são os chamados “mundos oceânicos” – planetas cobertos por um único e imenso oceano e que tendem a ser maiores do que a Terra – ou até planetas gasosos maiores.

Isso pode impactar a busca por vida em planetas distantes, já que, embora mundos oceânicos possam abrigar vida, talvez não possuam os mesmos tipos de características que favorecem o florescimento da vida como ocorre na Terra.

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“Isso tem implicações importantes para a nossa compreensão dos exoplanetas, incluindo, entre outras coisas, a priorização para observações de acompanhamento com o Telescópio Espacial James Webb e a controversa existência de uma população galáctica de mundos oceânicos”, disse Robertson.

Agora, Han e sua equipe planejam usar os novos dados para reexaminar planetas anteriormente considerados inabitáveis por causa de seu tamanho. E alertar outros pesquisadores sobre a necessidade de cautela ao interpretar dados de satélites como o TESS.

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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/07/18/ciencia-e-espaco/pesquisa-revela-erro-que-pode-mudar-tudo-na-busca-por-extraterrestres/