4 de março de 2025
Pesquisa sobre doença de Chagas é retomada após liberação de
Compartilhe:

Pesquisadores brasileiros retomaram uma pesquisa crucial sobre a doença de Chagas, uma infecção parasitária que ainda ameaça milhões de pessoas na América Latina.

A iniciativa faz parte do projeto Centro São Paulo-Minas Gerais (SaMiTrop) para Tratamento da Doença de Chagas, liderado pela professora Ester Sabino, da USP (Universidade de São Paulo), com financiamento do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH).

A pesquisa havia sido interrompida devido à falta de recursos, o que impactou diretamente os avanços na busca por novos tratamentos. No entanto, a recente liberação de financiamento pelo NIH traz uma nova perspectiva para o desenvolvimento de métodos mais eficazes de detecção e tratamento da doença.

Causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, a doença de Chagas continua sendo um desafio de saúde pública, podendo levar a complicações cardíacas e digestivas graves. Com a retomada dos estudos, os pesquisadores esperam aprimorar os métodos de detecção e desenvolver tratamentos mais eficazes.

Brasil retoma pesquisa sobre Chagas com apoio dos EUA

A volta das pesquisas sobre a doença de Chagas com o apoio dos Estados Unidos traz uma dose de esperança, mas também incertezas. Embora o financiamento represente um passo importante, ainda é cedo para afirmar quais avanços concretos poderão ser alcançados.

Trabalho do projeto SAMI-Trop, retomando pesquisas sobre a Doença de Chagas (Imagem: imtfmusp/USP/Divulgação)

Apesar da retomada, o caminho para novos tratamentos e diagnósticos mais eficazes ainda parece longo. A doença de Chagas é uma infecção complexa e silenciosa, o que dificulta sua detecção precoce. Com o novo apoio financeiro, os cientistas buscam aprimorar as abordagens existentes, mas os resultados podem levar tempo para serem visíveis, especialmente nas regiões mais afetadas.

Leia mais:

  • Barbeiros na USP? Inseto é identificado no campus da universidade
  • Corte de verba dos EUA paralisa pesquisa sobre Chagas no Brasil
  • Saiba como identificar a doença de Chagas, infecção silenciosa que atinge mais de 8 milhões de pessoas na América Latina

Além de desenvolver tratamentos mais eficazes, o projeto também busca compreender melhor os fatores que influenciam a transmissão do parasita. No entanto, a complexidade da doença e as diversas variáveis envolvidas tornam difícil prever os impactos das novas estratégias. A expectativa é que, com o tempo, os estudos ajudem a moldar um cenário mais otimista no combate à doença.

Retomada dos pagamentos traz alívio temporário

Dias após o bloqueio dos recursos, a pesquisadora Ester Sabino leu na imprensa americana que várias ações do governo Trump estavam sendo contestadas judicialmente. Um juiz determinou o desbloqueio dos fundos da agência de saúde dos Estados Unidos, permitindo que a pesquisadora submetesse uma nova ordem de pagamento. Poucos dias depois, o valor de US$ 50 mil foi liberado, e os trabalhos do projeto SaMI-Trop foram retomados.

Imagem do protozoário Trypanosoma Cruzi
Trypanosoma cruzi: parasita da Doença de Chagas volta ao foco do projeto SAMI-Trop (Imagem:Corona Borealis Studio/Shutterstock)

Apesar desse avanço, o Instituto Nacional de Saúde dos EUA (NIH) – referência global em pesquisas biomédicas – enfrenta forte pressão para se adaptar às novas diretrizes do governo Trump. Sem garantias de continuidade para projetos de longo prazo, o cenário segue instável: mais de mil funcionários foram demitidos e diversas atividades científicas estão paralisadas.

Há preocupações em relação ao impacto que o processo de revisão do financiamento pode ter na continuidade da pesquisa. Apesar do alívio por não haver mais a urgência de resolver a falta de recursos, persiste a apreensão sobre a viabilidade de manter o andamento do projeto a longo prazo.

O post Pesquisa sobre doença de Chagas é retomada após liberação de verba dos EUA apareceu primeiro em Olhar Digital.

Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/03/04/medicina-e-saude/pesquisa-sobre-doenca-de-chagas-e-retomada-apos-liberacao-de-verba-dos-eua/