15 de abril de 2025
Por que algumas vezes sentimos “choque” ao tocar em alguém? 
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Você já sentiu um pequeno “choque” ao encostar em alguém ou em uma maçaneta metálica? Esse fenômeno, por mais comum que seja, muitas vezes causa surpresa ou desconforto.

A explicação está na eletricidade estática, um processo natural que acontece constantemente ao nosso redor, mesmo quando não percebemos.

O que é eletricidade estática?

Ao pentear o cabelo, o atrito entre o pente e os fios gera eletricidade estática, fazendo com que alguns fios fiquem arrepiados por repulsão de cargas iguais. / Crédito: Janeberry (Shutterstock/reprodução)

A eletricidade estática é resultado do acúmulo de cargas elétricas em um corpo. Isso acontece quando há um desequilíbrio entre os prótons (cargas positivas) e os elétrons (cargas negativas) nos átomos que compõem a matéria.

Quando dois materiais diferentes entram em contato e são friccionados, como ao caminhar sobre um carpete com meias ou ao vestir uma blusa de lã, pode ocorrer a transferência de elétrons de um material para outro. Um fica carregado positivamente (perdeu elétrons) e o outro negativamente (ganhou elétrons).

Esse acúmulo de cargas não se dissipa imediatamente, especialmente em ambientes com ar seco, o que faz com que os corpos “guardem” essa energia até que ela encontre um caminho para se descarregar.

Por que sentimos choque?

Nosso corpo é um bom condutor de eletricidade. Quando acumulamos elétrons e tocamos em um objeto condutor ou em outra pessoa com carga diferente, as cargas se redistribuem rapidamente, provocando uma pequena corrente elétrica. Essa transferência súbita é sentida como um choque.

O fenômeno é mais frequente em locais com baixa umidade, pois o ar seco dificulta a dispersão natural das cargas acumuladas. Assim, elas se mantêm por mais tempo em nossos corpos até encontrarem um ponto de descarga, que pode ser, por exemplo, o dedo de outra pessoa.

A esfera de plasma ilustra o comportamento de cargas elétricas e descargas visuais que se assemelham aos efeitos da eletricidade estática.
A esfera de plasma ilustra o comportamento de cargas elétricas e descargas visuais que se assemelham aos efeitos da eletricidade estática. / Crédito: @Freepik(Freepik/Reprodução)

Situações que favorecem a eletrização

Alguns fatores aumentam a probabilidade de acumularmos eletricidade estática:

  • Ambientes secos ou com ar-condicionado: menor umidade no ar significa menos dispersão das cargas.
  • Uso de roupas sintéticas, como poliéster, lã ou náilon, que aumentam o atrito com a pele.
  • Movimentos repetitivos, como andar sobre carpetes, especialmente com calçados isolantes.
  • Contato com tecidos estofados, como ao se levantar de cadeiras acolchoadas.

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Choques entre pessoas

Quando tocamos em outra pessoa, e uma das duas está carregada eletricamente, ocorre uma rápida redistribuição de elétrons. Embora a corrente gerada seja extremamente pequena (e inofensiva), ela é suficiente para ativar nossos receptores sensoriais e causar a sensação de choque.

Em alguns casos, esse processo pode até gerar pequenas faíscas visíveis e sons de estalo, especialmente no escuro ou em locais muito secos.

Camisetas de algodão dispostas em uma arara de roupas
Usar roupa de algodão pode ajudar a acumular menos carga elétrica e, portanto, evitar os choques por estática. Imagem: Naypong / iStock

Como evitar os choques de eletricidade estática?

Embora inofensivos, esses choques podem ser incômodos. Algumas estratégias simples ajudam a evitá-los:

  • Aumente a umidade do ambiente, especialmente no inverno, com o uso de umidificadores.
  • Use roupas de algodão ou de tecidos naturais, que acumulam menos carga elétrica.
  • Hidrate a pele, pois a pele seca conduz menos eletricidade e intensifica a sensação de choque.
  • Evite sapatos com solado totalmente isolante se estiver em locais com muito carpete.

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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/04/13/ciencia-e-espaco/por-que-algumas-vezes-sentimos-choque-ao-tocar-em-alguem/