Como você leu aqui no Olhar Digital nos últimos dias, 2024 foi o ano da Inteligência Artificial, mais especificamente da IA generativa. Muito além da OpenAI e do seu ChatGPT, as gigantes de tecnologia avançaram bastante nessa área no ano passado. E a tendência é que elas busquem dar um passo além em 2025.
O mercado ficará ainda mais acirrado. Mas essa não será a única dificuldade que as big techs vão enfrentar. Os especialistas na área afirmam que as empresas que mexem com esse tipo de tecnologia devem buscar novas fontes de energia – limpas, de preferência.
Os data centers que alimentam IA e a computação em nuvem consomem muita energia. Muita energia mesmo. Para vocês terem ideia, um estudo de novembro de 2022 estimou que o treinamento de um grande modelo de linguagem (LLM) consumia cerca de 1.300 megawatts-hora. Isso equivale ao consumo anual de 130 casas nos Estados Unidos.
Pois bem, esses números são de 2022. Hoje, o gasto é superior. E a tendência é que ele aumente ainda mais, com as empresas criando modelos cada vez mais complexos.
Gasto energético estratosférico
- O Departamento de Energia dos EUA estima que o uso global de eletricidade pode aumentar até 75% até 2050;
- Grande parte deste salto se deve aos data centers de IA;
- Alguns especialistas acreditam que esses centros de dados podem em breve crescer tanto que passariam a usar mais eletricidade do que cidades inteiras;
- É o que diz Mark Nelson, diretor administrativo do Radiant Energy Group, em entrevista à rede americana CNBC.
“Um novo data center que precisa da mesma quantidade de eletricidade que, digamos, Chicago, não pode simplesmente construir sua saída do problema a menos que entenda suas necessidades de energia. E que necessidades são essas? Energia estável, direta, 100%, 24 horas por dia, 365 dias por ano.”
Mark Nelson, diretor administrativo do Radiant Energy Group, em entrevista à rede americana CNBC
- Google, Amazon, Microsoft e Meta estão entre as companhias que exploram ou investem em projetos de energia nuclear;
- O Google, por exemplo, anunciou recentemente um acordo com a Kairos Power para utilizar pequenos reatores nucleares.
Segundo Michael Terrell, diretor sênior de energia e clima da big tech, esse deve ser o futuro:
“O que estamos vendo é que a energia nuclear tem muitos benefícios. É uma fonte de eletricidade livre de carbono. É uma fonte de eletricidade que pode estar sempre ligada e funcionando o tempo todo. E fornece um tremendo impacto econômico.”
Energia nuclear como alternativa
Muita gente, leigos principalmente, ainda torcem o nariz quando ouvem falar em energia nuclear, principalmente por causa da bomba atômica e de acidentes em algumas usinas.
Esse tipo de energia, no entanto, é muito mais seguro do que outros. O Instituto Federal de Santa Catarina ouviu uma série de professores e eles explicaram que ela não é esse bicho de sete cabeças.
Segundo eles, a energia nuclear é uma fonte confiável, pois não depende de condições climáticas. Além disso, é uma fonte de energia limpa, pois não produz gases de efeito estufa. E tem um custo de manutenção relativamente baixo.
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Eles ponderaram, no entanto, alguns pontos negativos, como o perigo de contaminação radioativa, o lixo nuclear e a dependência de minerais, como o urânio (o que tornaria essa fonte não renovável).
Todos são pontos importantes, mas que podem ser contornados. A França, por exemplo, já consegue reaproveitar todo o urânio utilizado por lá.
Outro ponto importante: apesar de acidentes nucleares serem graves, eles são raros. De acordo com o IFSC, o número de acidentes relatados é bem inferior na comparação com o uso do carvão como fonte de energia.
A indústria do carvão tem taxa de mortalidade de 32,72 mortes por terawatt-hora, enquanto na produção de energia nuclear esse índice é de apenas 0,03%.
As informações são da CNBC.
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