Você sabe o que é lipedema? Essa doença é crônica e é caracterizada pelo acúmulo anormal de gordura em algumas regiões do corpo, como pernas, braços, joelhos e coxas. Apesar de ser confundida com obesidade, há diferenças pontuais entre as duas, principalmente pela aparência desproporcional com o restante do corpo.
A doença é mais comum entre as mulheres, e foi reconhecida como parte da Classificação Internacional de Doenças (CID) somente em 2022. O lipedema teve grande repercussão na mídia após a modelo e influenciadora Yasmin Brunet revelar que convive com ela, revelando que perdeu 15kg durante o tratamento contra a doença.
Leia mais:
- Não é obesidade, é lipedema: o que é e por que convênios não cobrem o tratamento da doença
- Efeito sanfona: o que é e como essa condição se relaciona com a obesidade?
- Comer em excesso não é a principal causa da obesidade; saiba qual é segundo pesquisa
A modelo foi diagnosticada com lipedema e, aos 36 anos, começou a cuidar de sua alimentação e se exercitar para se livrar dos sintomas da doença. Mas, por que será que o lipedema é mais comum em mulheres? Saiba tudo na matéria abaixo.
Por que o lipedema é mais comum em mulheres?
De acordo com o professor Edwaldo Edner Joviliano, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), e chefe da Divisão de Cirurgia Vascular e Endovascular do Hosítal das Clínicas da USP, o lipedema acomete quase que exclusivamente mulheres. Isso porque é influenciada por hormônios femininos, e aparece em momentos de desequilíbrio hormonal, como a menopausa, a gravidez e o uso de anticoncepcional, tendo sua origem no sistema endócrino.
Esses fatores são alguns gatilhos para a doença, que também tem seu aparecimento ligado a fatores genéticos. O lipedema atinge esse grupo principalmente quando chegam à idade reprodutiva, e é comumente confundida com celulite e retenção de líquido, além da obesidade.
De acordo com o site Vascular.pro, há estudos realizados por pesquisadores e médicos especialistas que sugerem que cerca de 11% da população feminina sofre com o lipedema. Apesar disso, muitas mulheres não sabem que têm o problema, já que ele é confundido com outras doenças.
As causas dessa doença ainda não são totalmente compreendidas, mas sabe-se que os fatores genéticos e hormonais são papéis importante para que ela se desenvolva. A alimentação também acaba sendo um fator que influencia em sua evolução.
Com a predisposição genética para ter o lipedema, cerca de 60% das mulheres nascem com os genes que geram o acúmulo de gordura nas pernas. Apesar de saber que os genes existem, eles ainda não foram identificados.
Porém, nem toda mulher tem risco de desenvolver lipedema. As pesquisas até o momento indicam que há uma tendência hereditária, já que a mulher que desenvolve a doença tem na sua árvore genealógica uma mãe, avó ou tias com membros inferiores que são característicos da condição.
Alguns sintomas mais comuns ligados à doença são:
- Edemas (inchaços);
- Formação de hematomas frequentes;
- Cansaço;
- Desconforto estético;
- Dor nas regiões afetadas.
O lipedema pode aparecer em diversas fases da vida. Na adolescência, período de transições, os primeiros sinais começam a surgir. No estágio inicial, há distribuição simétrica de gordura, principalmente nas pernas e nos braços, com sensibilidade ao toque.
Na vida adulta, os sintomas de lipedema se intensificam por conta das mudanças hormonais, estresse e mudanças no estilo de vida. Na fase, é importante manter o tratamento ativo, incluindo terapias de compressão, exercícios físicos adaptados e até cirurgias.
Já na terceira idade, a condição pode se complicar por conta do envelhecimento, que pode trazer mobilidade reduzida, aumento da sensibilidade à dor e risco de desenvolver linfedema, o que torna o tratamento mais complexo.
Além disso, o lipedema é uma doença crônica e progressiva. Quando a mulher a desenvolve, precisa tratá-la durante toda a sua vida. Como a doença afeta o tecido gorduroso, ela se manifesta em menor grau quando a pessoa tem percentuais de gordura mais baixo, e se acentua mais visivelmente se ela engordar.
É possível prevenir o lipedema?
Por se tratar de uma doença crônica, caso a mulher tenha essa tendência, é bem provável que desenvolverá alguns sinais de lipedema ao longo da vida. Por isso, não há confirmação de que é possível prevenir seu desenvolvimento, porém, pode-se prevenir seu agravamento.
Para isso, é importante manter o peso corporal adequado, com menos gordura, fazendo atividades físicas com regularidade. Isso aumenta a quantidade de músculos e diminui a porcentagem de gordura. A dieta também é importante, incluindo vegetais, frutas e carnes magras, além de controlar o consumo de carboidratos, alimentos industrializados e com muitas calorias.
De acordo com a médica cirurgiã vascular do Hospital Moinhos de Vento, Luciane Barreneche, especialista em Cirurgia Vascular pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), é importante reduzir o consumo de:
- Bebidas açucaradas, como refrigerantes e sucos industrializados;
- Alimentos ricos em açúcares e carboidratos refinados, como doces, biscoitos, bolos, pães, massas;
- Carnes processada, como peito de peru, mortadela, salsichas;
- Alimentos ricos em gorduras trans, como margarinas, sorvetes cremosos, biscoitos recheados, bombons;
- Bebidas alcoólicas.
Sim. É uma doença crônica inflamatória vascular, que afeta o sistema linfático e adiposo. Se caracteriza pelo acúmulo de gordura nas pernas e, em alguns casos, no braço.
Sim. É uma doença com causas genéticas, mais comum em mulheres em idade reprodutiva, já que ela interfere na relação entre o estrogênio e as células de gordura.
As informações presentes neste texto têm caráter informativo e não substituem a orientação de profissionais de saúde. Consulte um médico ou especialista para avaliar o seu caso.
O post Por que o lipedema é mais comum em mulheres? Entenda sobre a doença de Yasmin Brunet apareceu primeiro em Olhar Digital.
Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/01/25/medicina-e-saude/por-que-o-lipedema-e-mais-comum-em-mulheres/