1 de agosto de 2025
Por que um terremoto tão forte não produziu um tsunami
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O terremoto de magnitude 8,8 que atingiu o leste da Rússia na noite desta terça-feira (29), madrugada de quarta (30) na Europa, foi considerado o sexto mais forte da era moderna. O tremor provocou tsunamis de até quatro metros de altura que atingiram a costa russa.

Ondas menores foram registradas no Japão e no Havaí. Outros países, como Filipinas, Indonésia e Chile chegaram a emitir alertas que foram descartados horas depois. Mas por que um abalo tão forte não provocou tsunamis maiores?

Terremoto na Rússia foi um dos mais poderosos da história moderna (Imagem: DestinaDesign/Shutterstock)

Abalos secundários foram registrados

  • O epicentro do terremoto foi a cerca de 125 km a sudeste da cidade de Petropavlovsk-Kamchatsky, que possui 165 mil habitantes e está localizada na Baía de Avancha, extremo leste russo.
  • Já a profundidade foi de 19,3 km.
  • A região possui cerca de 1,25 mil km de extensão e fica entre o Oceano Pacífico e o Mar de Okhtosk.
  • O tremor foi seguido de abalos secundários de 6,3 e 6,9 graus, respectivamente.
  • O governador regional de Kamtchatka, Vladimir Solodov, confirmou que a infraestrutura local foi danificada e que dezenas de pessoas ficaram feridas.
  • Apesar do tamanho do terremoto, ninguém morreu.

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Mapa mostra alertas de tsunami no Oceano Pacífico e avisos para a costa leste da América do Norte
Mapa mostra os alertas de tsunami no Oceano Pacífico (Imagem: reprodução/Sistema de Alerta de Tsunamis dos EUA)

Diversos fatores influenciam no tamanho de um tsunami

Outro efeito causado pelo poderoso terremoto foram tsunamis que alcançaram diversas regiões do Oceano Pacífico. Logo após a confirmação do tremor, havia uma preocupação global de que ondas gigantescas pudessem ser formadas, o que não ocorreu.

Em entrevista ao The New York Times, Diego Melgar, geofísico da Universidade de Oregon, nos Estados Unidos, explicou que isso tem a ver com o tamanho do abalo sísmico. Apesar de ter sido muito forte, a ocorrência na Rússia ainda ficou abaixo dos terremotos na Indonésia, em 2004, e do Japão, em 2011, que resultaram na formação de ondas gigantescas.

Tsunami com uma grande onda quebrando em casas costeiras
Ondas não foram tão grandes quanto as que atingiram a Indonésia, em 2004, e o Japão, em 2011 (Imagem: Mimadea/Shutterstock)

Isso ocorre porque a escala de terremotos é logarítmica: um evento de magnitude 9 possui cerca de 10 vezes mais energia do que um evento de magnitude 8,7 e cerca de três vezes mais energia do que um evento de magnitude 8,8. Não me interpretem mal, ainda é enorme. Mas aqueles em 2004 e 2011 eram gigantes.

Diego Melgar, geofísico da Universidade de Oregon

O especialista ainda afirmou que a profundidade do tremor e como a energia liberada se movimenta ao longo das placas tectônicas influencia no tamanho do tsunami gerado. Estes detalhes ainda não estão muito claros, mas também podem ter influenciado para a formação de ondas “menores”.

O post Por que um terremoto tão forte não produziu um tsunami catastrófico? apareceu primeiro em Olhar Digital.

Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/07/31/ciencia-e-espaco/por-que-um-terremoto-tao-forte-nao-produziu-um-tsunami-catastrofico/