
O terremoto de magnitude 8,8 que atingiu o leste da Rússia na noite desta terça-feira (29), madrugada de quarta (30) na Europa, foi considerado o sexto mais forte da era moderna. O tremor provocou tsunamis de até quatro metros de altura que atingiram a costa russa.
Ondas menores foram registradas no Japão e no Havaí. Outros países, como Filipinas, Indonésia e Chile chegaram a emitir alertas que foram descartados horas depois. Mas por que um abalo tão forte não provocou tsunamis maiores?
Abalos secundários foram registrados
- O epicentro do terremoto foi a cerca de 125 km a sudeste da cidade de Petropavlovsk-Kamchatsky, que possui 165 mil habitantes e está localizada na Baía de Avancha, extremo leste russo.
- Já a profundidade foi de 19,3 km.
- A região possui cerca de 1,25 mil km de extensão e fica entre o Oceano Pacífico e o Mar de Okhtosk.
- O tremor foi seguido de abalos secundários de 6,3 e 6,9 graus, respectivamente.
- O governador regional de Kamtchatka, Vladimir Solodov, confirmou que a infraestrutura local foi danificada e que dezenas de pessoas ficaram feridas.
- Apesar do tamanho do terremoto, ninguém morreu.
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Diversos fatores influenciam no tamanho de um tsunami
Outro efeito causado pelo poderoso terremoto foram tsunamis que alcançaram diversas regiões do Oceano Pacífico. Logo após a confirmação do tremor, havia uma preocupação global de que ondas gigantescas pudessem ser formadas, o que não ocorreu.
Em entrevista ao The New York Times, Diego Melgar, geofísico da Universidade de Oregon, nos Estados Unidos, explicou que isso tem a ver com o tamanho do abalo sísmico. Apesar de ter sido muito forte, a ocorrência na Rússia ainda ficou abaixo dos terremotos na Indonésia, em 2004, e do Japão, em 2011, que resultaram na formação de ondas gigantescas.

Isso ocorre porque a escala de terremotos é logarítmica: um evento de magnitude 9 possui cerca de 10 vezes mais energia do que um evento de magnitude 8,7 e cerca de três vezes mais energia do que um evento de magnitude 8,8. Não me interpretem mal, ainda é enorme. Mas aqueles em 2004 e 2011 eram gigantes.
Diego Melgar, geofísico da Universidade de Oregon
O especialista ainda afirmou que a profundidade do tremor e como a energia liberada se movimenta ao longo das placas tectônicas influencia no tamanho do tsunami gerado. Estes detalhes ainda não estão muito claros, mas também podem ter influenciado para a formação de ondas “menores”.
O post Por que um terremoto tão forte não produziu um tsunami catastrófico? apareceu primeiro em Olhar Digital.
Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/07/31/ciencia-e-espaco/por-que-um-terremoto-tao-forte-nao-produziu-um-tsunami-catastrofico/