Um relatório elaborado pelas Academias Nacionais de Ciências, Engenharia e Medicina dos EUA, divulgado nesta terça-feira (9), revela que os primeiros astronautas em Marte devem priorizar a busca por sinais de vida passada ou presente. O documento detalhado oferece diretrizes para explorar o Planeta Vermelho de forma segura e científica.
Composto por 240 páginas e intitulado “Uma Estratégia Científica para a Exploração Humana de Marte”, o relatório destaca que detectar vida é o objetivo principal da exploração. Ele foi preparado para a NASA, que planeja enviar humanos a Marte por volta da década de 2030. A análise também indica como a agência pode extrair o máximo de resultados científicos de suas futuras missões.
Entre as recomendações, o estudo lista 11 objetivos científicos prioritários. No topo, está a busca por sinais de vida e por química prebiótica marciana. Também se destaca a avaliação completa da habitabilidade do planeta, ou seja, entender se Marte poderia sustentar a vida, agora ou no passado.
Os outros objetivos, apresentados em ordem de prioridade, incluem:
- entender os ciclos da água e do dióxido de carbono (CO2);
- mapear detalhadamente a geologia marciana;
- estudar os efeitos do ambiente em astronautas;
- investigar tempestades de poeira;
- avaliar recursos disponíveis para moradia permanente;
- analisar impactos sobre DNA e reprodução;
- acompanhar micróbios marcianos e efeitos de micróbios terrestres;
- estudar poeira e equipamentos;
- examinar ecossistemas terrestres transplantados;
- medir radiação e seus riscos para a tripulação.
NASA deve construir um laboratório científico em Marte
O relatório também sugere quatro campanhas possíveis de exploração, cada uma com três missões. A melhor delas permitiria atingir todos os 11 objetivos científicos. Essa campanha incluiria locais de baixa a média latitude, com gelo próximo à superfície e geologia diversificada. A busca por química e vida prebiótica se concentraria em ambientes recentemente habitáveis ou com gelo estratificado.

Outra campanha proposta focaria no subsolo profundo, usando perfuração para alcançar de 2 a 5 quilômetros abaixo da superfície, onde podem existir bolsões de água líquida. Todas as campanhas incluiriam uma primeira missão tripulada de 30 sóis (como são chamados os dias marcianos, que duram cerca de 24 horas e 40 minutos), um voo não tripulado para entregar carga e, depois, uma missão de 300 sóis com astronautas.
Apesar das diferenças, todas as campanhas têm pontos em comum. A NASA deve construir um laboratório científico em Marte, trazer amostras para a Terra em cada missão e estabelecer uma “Cúpula de Trabalho em Equipe Humano-Agente” para coordenar missões robóticas, humanas e inteligência artificial.
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O relatório destaca ainda que a busca por vida será limitada pelas diretrizes de proteção planetária. Essas regras evitam a contaminação de Marte com micróbios terrestres e o retorno de vida alienígena para a Terra. Por isso, o documento recomenda que a NASA continue revisando essas diretrizes, permitindo que astronautas pesquisem regiões capazes de abrigar ou sustentar vida, sem comprometer a segurança de outros mundos – incluindo o nosso.

O tempo passa mais rápido no Planeta Vermelho?
Físicos do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia dos EUA (NIST) calcularam com precisão a discrepância na passagem do tempo entre Marte e a Terra.
Para isso, Neil Ashby e Bijunath Patla, autores do estudo, consideraram a gravidade marciana, a órbita elíptica do planeta e a influência do Sol, da Terra e da Lua – fatores que determinam a diferença, que tem grande importância para futuras redes de navegação e comunicação no Planeta Vermelho. Saiba mais aqui.
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