
As bombas são um dos armamentos mais utilizados em conflitos armados ao longo da história moderna. Elas variam enormemente em tamanho, tecnologia, objetivo e método de acionamento. Dos campos de batalha da Segunda Guerra Mundial às operações militares contemporâneas de alta precisão, os diferentes tipos de bomba refletem avanços tecnológicos e estratégias de guerra cada vez mais complexas.
Compreender os diversos tipos de bomba é fundamental para analisar o impacto das táticas militares modernas, bem como os riscos envolvidos em zonas de conflito. Desde bombas convencionais largadas por aviões até dispositivos mais sofisticados, como as bombas guiadas por laser, esse arsenal é construído para diferentes finalidades: destruição em larga escala, precisão cirúrgica, ataque psicológico, ou mesmo interferência eletrônica.
Quais os principais tipos de bomba que existem?
Aqui, listamos os principais tipos de bomba utilizados atualmente pelas forças armadas ao redor do mundo, detalhando como funcionam, seus objetivos específicos e o contexto em que são empregadas. Também abordaremos outras categorias menos conhecidas, mas ainda relevantes no cenário bélico.
Bombas convencionais (ou de queda livre)
As bombas convencionais, também conhecidas como “bombas burras”, são dispositivos explosivos largados de aeronaves sem qualquer tipo de sistema de guiagem. Elas seguem uma trajetória puramente balística e, portanto, sua precisão depende muito da habilidade do piloto, das condições climáticas e da altitude.
Geralmente compostas por um invólucro metálico recheado de explosivo de alto poder, essas bombas são projetadas para destruir estruturas, veículos ou áreas específicas com explosão direta ou fragmentação. São os modelos mais comuns e ainda amplamente utilizados por diversas forças aéreas.
Bombas guiadas por laser (Laser-Guided Bombs – LGB)

As LGBs representam um salto tecnológico importante. Esse tipo de bomba utiliza sensores a laser para seguir um feixe refletido no alvo. Isso permite atingir com precisão objetos específicos, reduzindo os danos colaterais e aumentando a eficiência do ataque.
Essas bombas são equipadas com um sistema de orientação e superfícies de controle que ajustam a trajetória durante o voo, corrigindo o curso até o impacto.
Bombas guiadas por GPS (ou bombas inteligentes)

Ao contrário das bombas guiadas por laser, as bombas guiadas por GPS não exigem que o alvo esteja “iluminado” no momento do ataque. Elas recebem coordenadas exatas via satélite e ajustam sua trajetória durante o voo para atingi-las com alta precisão.
Muito usadas em operações noturnas ou com baixa visibilidade, esse tipo de bomba faz parte do arsenal moderno de guerra de precisão.
Bombas de fragmentação (ou cluster bombs)

As bombas de fragmentação são altamente controversas. Em vez de um único grande explosivo, essas bombas carregam dezenas ou centenas de submunições menores que se espalham sobre uma ampla área. O objetivo é atingir múltiplos alvos leves, como veículos, infantaria ou equipamentos logísticos.
O problema é que muitas dessas submunições não explodem na hora e permanecem como minas terrestres, oferecendo perigo por anos após o conflito. Por isso, o uso desse tipo de bomba é proibido por diversos países através da Convenção sobre Munições Cluster.
Bombas termobáricas

As bombas termobáricas, ou “bombas de vácuo”, utilizam oxigênio do ar ambiente para criar uma explosão de altíssima temperatura e pressão. Após a liberação de um aerossol inflamável, ocorre a ignição que gera uma onda de choque devastadora, muito mais prolongada do que a de explosivos convencionais.
Seu uso é especialmente eficaz em ambientes fechados, como túneis e cavernas. Porém, é um armamento letal com alto potencial de destruição humana e estrutural.
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Bombas nucleares

As bombas nucleares são o ápice da capacidade destrutiva do arsenal humano e provavelmente o tipo de bomba mais conhecido hoje em dia. Elas funcionam por fissão (como a bomba de Hiroshima) ou fusão nuclear (como as bombas de hidrogênio). Uma única bomba pode destruir uma cidade inteira e causar efeitos devastadores por décadas devido à radiação.
Por serem armas de destruição em massa, seu uso é altamente restrito e sujeito a acordos internacionais. Ainda assim, países como EUA, Rússia, China, França, Reino Unido, Índia, Paquistão, Israel e Coreia do Norte possuem arsenais nucleares.
Bombas químicas e biológicas

Apesar de não serem usadas com frequência em guerras convencionais, bombas químicas e biológicas são temidas pela capacidade de causar sofrimento em larga escala. Esses dispositivos liberam agentes tóxicos, como gás sarin ou antraz, afetando sistemas nervosos ou causando doenças fatais.
Seu uso é proibido pela Convenção sobre Armas Químicas, mas há registros históricos de sua aplicação em conflitos do século XX e XXI, como na guerra Irã-Iraque e em ataques na Síria.
Bombas eletromagnéticas (EMP)

Bombas EMP são dispositivos que geram um pulso eletromagnético capaz de inutilizar sistemas eletrônicos em uma grande área. Elas podem ser detonadas no ar, afetando satélites, aviões, redes elétricas, comunicações e até armas controladas por computador.
Embora não sejam letais diretamente, causam paralisação tecnológica e podem ser utilizadas como arma tática de primeira ofensiva.
Bombas antibunker (ou penetradoras)

Essas bombas são desenvolvidas para perfurar fortificações subterrâneas antes de explodir. São largadas de grandes altitudes e possuem ogivas reforçadas para atravessar concreto, rochas e aço.
Esse tipo de bomba é ideal para atingir esconderijos subterrâneos, centros de comando ou arsenais protegidos.
Bombas incendiárias

As bombas incendiárias utilizam substâncias como napalm, fósforo branco ou termita para provocar incêndios intensos. São extremamente destrutivas em áreas urbanas ou florestais, causando não apenas danos estruturais, mas também sofrimento humano considerável.
Embora seu uso seja parcialmente proibido em áreas civis, ainda são empregadas em situações específicas por algumas forças militares.
Outros tipos de bomba menos comuns
Além dos armamentos listados, existem outros tipos de bomba com usos específicos ou históricos:
- Bombas sonoras: criadas para desorientar o inimigo por meio de ondas de som de altíssima frequência.
- Bombas de fumaça: usadas para criar cortinas de fumaça e encobrir movimentações no campo de batalha.
- Bombas de prática: dispositivos não letais usados em treinamentos. Imitam o peso e comportamento das bombas reais, mas sem explosivos.
- Bombas cegadoras (flashbangs): comuns em ações táticas de forças especiais. Geram luz e som intensos para incapacitar temporariamente o inimigo.
- Bombas de profundidade: usadas em guerras navais para atacar submarinos. Detonam abaixo da superfície, gerando pressão letal.
Os tipos de bomba disponíveis no arsenal militar global revelam a complexidade e a brutalidade dos conflitos modernos. De bombas inteligentes que atingem alvos com precisão cirúrgica a dispositivos criados para aterrorizar ou desestabilizar o inimigo, cada uma carrega consigo uma lógica de guerra, seja ela de intimidação, destruição, controle ou dissuasão.
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