
A visão é um dos sentidos mais fundamentais para a sobrevivência no mundo animal. Seja para caçar, fugir de predadores, encontrar parceiros ou se orientar em ambientes complexos, enxergar bem pode ser a diferença entre a vida e a morte.
Ao longo da evolução, diferentes espécies desenvolveram adaptações visuais extraordinárias, moldadas por seus hábitos, habitats e necessidades específicas.
Animais com as melhores visões do mundo
- O que define uma “boa visão”?
- 8 animais com as melhores visões do reino animal
- Coruja-das-Torres ( Tyto alba ): visão noturna aguçada
- Águia-de-asa-redonda ( Buteo jamaicensis ): visão à longa distância
- Camarão louva-a-deus ( Odontodactylus scyllarus ): cores inimagináveis ao olho humano
- Pisco-de-peito-ruivo ( Erithacus rubecula ): visão magnética
- Camaleão-pantera ( Furcifer pardalis ): visão panorâmica independente
- Iguana-verde ( Iguana iguana ): o terceiro olho
- Libélula imperador-azul ( Anax imperator ): especialista em movimento
- Rena do Ártico ( Rangifer tarandus ): adaptada ao gelo e à escuridão
O que define uma “boa visão”?
Esse conceito varia de acordo com o contexto. Uma visão melhor ou mais avançada depende das necessidades específicas de cada animal. Algumas características que podem definir uma visão privilegiada incluem:
- Percepção de cores: alguns animais enxergam mais cores do que os seres humanos, como certas espécies de pássaros e insetos.
- Visão noturna: alguns animais possuem alta sensibilidade à luz, o que permite enxergar bem no escuro.
- Campo de visão amplo: espécies com olhos posicionados lateralmente podem ter uma visão panorâmica, chegando a quase 360°.
- Detecção de movimento: essencial para predadores como águias e felinos, que precisam reagir rapidamente.
- Visão de longa distância: importante para localizar presas a quilômetros de distância, como fazem algumas aves de rapina.
A seguir, conheça os oito animais com as visões mais impressionantes da natureza!
8 animais com as melhores visões do reino animal
Coruja-das-Torres (Tyto alba): visão noturna aguçada

Também conhecida como coruja-da-igreja, essa é uma das predadoras noturnas mais eficientes do mundo, e sua visão é um dos fatores-chave para isso. Seus olhos são extremamente sensíveis à luz, sendo de 8 a 10 vezes mais sensíveis do que os olhos humanos. Essa sensibilidade é garantida pela alta densidade de bastonetes (células fotorreceptoras responsáveis por captar luz fraca) em sua retina.
Além disso, seus olhos são tubulares, o que amplia imagens e capta mais luz. Apesar de essa estrutura limitar o movimento dos olhos, a coruja compensa com a impressionante rotação do pescoço, podendo girar a cabeça até 270 graus. Sua excelente percepção de profundidade e audição aguçada completam o pacote de caça silenciosa e mortal.
Águia-de-asa-redonda (Buteo jamaicensis): visão à longa distância

As águias, em especial a águia-de-asa-redonda, são conhecidas por sua acuidade visual. Essa espécie consegue detectar pequenos roedores a mais de 1,5 km de distância. Estima-se que sua visão seja de quatro a oito vezes mais nítida que a dos humanos.
Essa habilidade é possível graças a uma densidade altíssima de células cones (responsáveis pela percepção de detalhes e cores) na fóvea, área central da retina. Além disso, seus olhos ocupam grande parte do crânio, o que amplia o campo de visão e melhora o foco em objetos distantes. É por isso que a águia se tornou símbolo de visão aguçada no imaginário popular.
Camarão louva-a-deus (Odontodactylus scyllarus): cores inimagináveis ao olho humano

Pequeno e colorido, o camarão louva-a-deus é dono da visão de cores mais avançada do reino animal. Enquanto os humanos têm três tipos de cones para detectar cores (vermelho, verde e azul), essa criatura marinha possui impressionantes 16 tipos de fotorreceptores, com alguns deles capazes de perceber luz ultravioleta e infravermelha.
Além disso, ele enxerga a polarização da luz, algo imperceptível para os humanos. Essa habilidade é útil tanto para comunicação entre indivíduos da espécie quanto para detectar presas e predadores.
O mais curioso é que, apesar da quantidade de receptores, o camarão processa menos as combinações entre eles, o que indica que ele tem uma forma única e ainda não totalmente compreendida de enxergar o mundo.
Pisco-de-peito-ruivo (Erithacus rubecula): visão magnética

Esse pequeno passarinho europeu tem uma das visões mais enigmáticas da natureza. Pesquisas indicam que o pisco-de-peito-ruivo consegue enxergar o campo magnético da Terra (literalmente ver as linhas magnéticas) graças a uma proteína chamada criptocromo, presente em sua retina.
Essa habilidade visual o ajuda durante as longas migrações sazonais, orientando o pássaro como se tivesse uma bússola nos olhos. O pisco é um exemplo fascinante de como a visão pode assumir funções além da percepção tradicional de luz e cor.
Camaleão-pantera (Furcifer pardalis): visão panorâmica independente

Camaleões são famosos por seus olhos que se movem de forma independente. Isso dá ao bicho um campo de visão de quase 360°, permitindo que monitorem ameaças e presas ao redor sem mover a cabeça.
Eles também conseguem alternar entre visão monocular (um olho por vez) e binocular (os dois olhos focados no mesmo ponto), o que melhora sua precisão ao capturar presas com sua língua pegajosa. Essa habilidade é particularmente útil em florestas densas, onde a mobilidade é limitada e a visão precisa ser rápida e abrangente.
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Iguana-verde (Iguana iguana): o terceiro olho

A iguana-verde possui, além dos dois olhos convencionais, um terceiro olho parietal no topo da cabeça. Esse olho não forma imagens, mas é sensível à luz e à sombra, ajudando na regulação dos ritmos biológicos e na detecção de predadores que se aproximam por cima, como aves de rapina.

Essa estrutura é comum em répteis e tem função sensorial do que visual, mas ainda assim é uma adaptação evolutiva muito fascinante no universo da visão animal.
Libélula imperador-azul (Anax imperator): especialista em movimento

As libélulas são insetos predadores extremamente eficientes, e isso se deve em grande parte à sua visão. Seus olhos compostos podem ter até 30.000 facetas, o que garante um campo de visão quase completo (360°) e uma capacidade de detecção de movimento cinco vezes mais rápida que a dos humanos.
Essa velocidade visual é essencial para capturar presas em pleno voo com uma precisão impressionante. A libélula imperador-azul, em particular, é uma das maiores da Europa e um exemplo claro de como a visão pode ser afinada para caça aérea.
Rena do Ártico (Rangifer tarandus): adaptada ao gelo e à escuridão

Esse animal vive em uma das regiões mais desafiadoras do planeta, onde a luz solar pode ser quase inexistente durante o inverno. Para sobreviver, a espécie desenvolveu adaptações visuais únicas.
Seus olhos mudam de cor com as estações: no verão, têm coloração dourada; no inverno, azulada. Essa mudança aumenta a dispersão da luz na retina, permitindo melhor visão em ambientes com baixa luminosidade.
Além disso, renas conseguem ver luz ultravioleta, o que é impossível para os humanos. Essa habilidade permite que detectem predadores como lobos, cuja pelagem reflete UV, mesmo na neve branca. Essa visão ultravioleta também as ajuda a encontrar líquens, sua principal fonte de alimento, que se destacam nesse espectro.
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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/07/15/ciencia-e-espaco/qual-animal-tem-a-melhor-visao-descubra-os-8-bichos-com-os-olhos-mais-poderosos/