28 de dezembro de 2025
Relembre os eventos astronômicos mais espetaculares de 2025
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Faltam poucos dias para o fim de 2025, um ano marcado por eventos astronômicos impressionantes e inesquecíveis. No decorrer dos últimos 12 meses, o céu foi palco de superluas, eclipses, alinhamentos planetários, cometas raros e intensa atividade solar. 

Muitos desses fenômenos puderam ser observados a olho nu e despertaram grande interesse popular, fora do meio científico. Confira a seguir os maiores destaques do ano nos céus!

Alinhamento planetário de fevereiro

O primeiro evento astronômico a despertar atenção em 2025 foi um raro “alinhamento planetário” que aconteceu no fim de fevereiro, Na ocasião, sete planetas puderam ser observados em sequência na mesma faixa do céu, logo após o pôr do Sol.

Participaram do alinhamento Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Os planetas mais brilhantes, como Vênus e Júpiter, destacaram-se facilmente a olho nu. Mercúrio e Saturno apareceram próximos ao horizonte, exigindo condições mais específicas.

Configuração do céu em 28 de fevereiro de 2025, com cinco planetas visíveis a olho nu no final da tarde. Com o cair da noite, Saturno e Mercúrio saíram de cena, seguidos de Vênus. Júpiter desapareceu de vista por volta das 22h, e Marte permaneceu observável até pouco antes das 2h da madrugada. Crédito: Stellarium Web

Urano e Netuno, mais distantes e menos luminosos, só puderam ser vistos com telescópios. Mesmo assim, o evento foi considerado um dos alinhamentos mais completos dos últimos anos. Observadores iniciantes aproveitaram a ocasião para identificar vários planetas na mesma noite.

Apesar do nome, os planetas não estavam realmente enfileirados no espaço. O alinhamento foi apenas um efeito de perspectiva visto da Terra, resultado da posição orbital de cada corpo.

Superluas de 2025 foram sequenciais

O ano de 2025 teve três Superluas, fenômeno que acontece quando a Lua atinge a fase cheia próxima ao perigeu, o ponto de maior aproximação da Terra. Nessas ocasiões, ela parece maior e mais brilhante no céu.

A primeira aconteceu em 8 de outubro, inaugurando uma sequência de três – embora esta, em específico, seja questionável (clique aqui e saiba por quê).

Uma Superlua espetacular sobre o Monte Boron, no lado leste de Nice, na França, registrada em 5 de novembro de 2025. Crédito: Michel Benvenuto via Spaceweather.com

Novembro trouxe a Superlua a mais marcante de 2025: como a Lua iniciou a fase cheia com pouquíssimas horas de diferença do perigeu, aquela foi a maior e mais luminosa do ano.

O ciclo de Superluas de 2025 se encerrou em dezembro. Embora ligeiramente menos próxima que a de novembro, ela manteve o brilho elevado e fechou o ano com um espetáculo visível em todo o mundo. 

Mas, por que a Lua pode às vezes parecer maior e, em outras, menor no céu? A explicação está na forma da órbita lunar. O satélite não gira ao redor da Terra em um círculo perfeito, mas sim em uma trajetória elíptica. Isso faz com que, em certos momentos, ela esteja mais próxima do planeta (no chamado perigeu) e, em outros, mais distante (no apogeu). 

Ano teve quatro eclipses

Apaixonados pelo céu também foram presenteados este ano com quatro eclipses, sendo dois do Sol e dois da Lua. Esses fenômenos ocorrem quando há um alinhamento preciso entre a Terra, a Lua e o Sol, produzindo ocultações totais ou parciais. Cada tipo de eclipse oferece uma experiência visual distinta.

Tudo começou em março, com um eclipse lunar total. Na ocasião, a Lua atravessou completamente a sombra da Terra, adquirindo tons avermelhados, resultado da dispersão da luz solar na atmosfera terrestre. Esse evento foi amplamente visível no Brasil.

A “Lua de Sangue” fotografada de Atenas, na Grécia, um dos lugares da Terra onde o eclipse lunar total de 7 de setembro de 2025 pôde ser observado por inteiro. Crédito: Anthony Ayiomamitis via Spaceweather.com

Duas semanas depois, um eclipse solar parcial chamou atenção em outras partes do mundo. Nesse caso, a Lua encobriu apenas parte do disco solar, criando o efeito de uma “mordida” no Sol. Dessa vez, o evento não pôde ser observado do território brasileiro.

No segundo semestre, em setembro, também aconteceu uma “dobradinha”. No dia 7, houve um eclipse lunar total, com a Lua atravessando completamente a sombra da Terra – mas o fenômeno não foi visível no Brasil. Novamente 15 dias depois, veio o segundo eclipse solar parcial do ano, observado principalmente em áreas remotas do planeta e também sem visibilidade no território brasileiro. 

Cometas que foram notícia em 2025

O ano de 2025 também ficou marcado pela presença de cometas de destaque, alguns deles visíveis com equipamentos simples. Esses visitantes gelados despertaram curiosidade tanto pela beleza estética quanto pela relevância científica.

O primeiro a virar notícia foi o C/2025 F2 (SWAN), em abril, que chamou atenção por sua cauda brilhante e trajetória relativamente próxima da Terra. Em setembro, o cometa C/2025 A6 (Lemmon), descoberto no início do ano, ganhou destaque ao se tornar visível do Brasil pela primeira e última vez em 1.300 anos. Também tivemos o C/2025 R2 (SWAN), um cometa que chegou a perder parte da cauda ao ser atingido pelo vento solar.

Cometa Lemmon fotografado em 22 de outubro de 2025 em Maurice, Louisiana, EUA. Crédito: Mike Broussard via Spaceweather.com

Além dos três já citados, não podemos deixar de mencionar o C/2025 K1 (ATLAS) – o cometa dourado – e, obviamente, o cometa interestelar 3I/ATLAS (sobre o qual falaremos mais adiante).

Explosões solares e tempestades geomagnéticas

Ao longo do ano, foram registradas erupções solares de alta intensidade, incluindo 15 eventos da classe X, a mais forte da escala. Essas explosões liberam grandes quantidades de energia e partículas carregadas no espaço interplanetário.

A mais forte delas, uma explosão de classe X5.1, ocorreu em 11 de novembro de 2025, quando o Sol liberou uma emissão extremamente intensa de radiação a partir da região ativa AR4274, registrada por observatórios solares e satélites especializados. Essa erupção atingiu o pico por volta das 7h (pelo horário de Brasília) e é considerada a mais poderosa observada até então no ano.

O grupo de manchas solares AR4274 produziu três erupções do tipo X (o mais forte) em três dias, sendo esta acima a mais poderosa do ano. Crédito: NOAA/GOES

O evento causou apagões de rádio (nível R3) em grande parte da África e da Europa, interrompendo comunicações de alta frequência no lado iluminado da Terra por vários minutos, conforme relatado por agências de monitoramento do clima espacial.

Logo após a explosão, a erupção liberou uma sequência de três ejeções de massa coronal (CME) – nuvem de partículas solares e campos magnéticos – que se canibalizaram movendo-se pelo espaço em alta velocidade, atingindo a Terra. Clique aqui para entender quais foram os efeitos sentidos.

Embora esse tipo de explosão tenha potencial para afetar satélites, sistemas de navegação e redes de comunicação, com possíveis interrupções de sinais e degradação de GPS, não houve relatos de danos graves a infraestruturas críticas ou riscos diretos à saúde humana.

Aurora boreal no céu de Big Bay, no condado de Marquette, na Península Superior de Michigan, às margens do Lago Superior – o maior dos Grandes Lagos da América do Norte. O registro foi feito no início da madrugada de 13 de novembro de 2025, e as luzes resultam do impacto do material lançado pela explosão solar mais poderosa do ano. Crédito: Sue Evans via Spaceweather.com

Quando as partículas carregadas pelo vento solar alcançam a Terra, podem provocar tempestades geomagnéticas. Em 2025, algumas dessas tempestades intensificaram auroras e geraram alertas para possíveis impactos em satélites, comunicações e sistemas de navegação.

Apesar da força dos eventos, não houve registros de danos graves. Os episódios reforçaram a importância do monitoramento do clima espacial, especialmente em uma sociedade cada vez mais dependente de tecnologias sensíveis ao ambiente solar.

O cometa 3I/ATLAS registrado em 19 de dezembro de 2025 com o iTelescope T24, com tempo de integração de 15 minutos, a partir do Observatório Remoto Sierra em Auberry, Califórnia, EUA. Crédito: Eliot Herman via Spaceweather.com

3I/ATLAS — o visitante interestelar

Entre os maiores fenômenos astronômicos de 2025, sem dúvida, um se destaca como o grande protagonista do céu: o cometa 3I/ATLAS. O objeto – apenas o terceiro visitante interestelar já identificado no Sistema Solar – dominou telescópios, virou manchete e aguçou a imaginação coletiva.

Para relembrar a trajetória do corpo celeste desde a descoberta, no meio do ano, até a recente passagem relativamente próxima da Terra (em um percurso marcado por fatos e boatos), clique aqui.

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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/12/28/ciencia-e-espaco/relembre-os-eventos-astronomicos-mais-espetaculares-de-2025/