21 de agosto de 2025
RJ cria plataforma de combate ao feminicídio; conheça
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Nesta quarta-feira (20), a Secretaria de Estado da Mulher do Rio lançou uma plataforma digital inédita para auxiliar no combate ao feminicídio.

Ela é abastecida com dados do Observatório do Feminicídio, que reúne informações de segurança, justiça e saúde, o que, segundo o governo, pode melhorar políticas públicas para mulheres e meninas no enfrentamento à violência.

Essa é a primeira vez que os dados são compilados em único lugar (Imagem: Governo Rio/Divulgação)

Essa é a primeira vez que os dados são compilados em único lugar, em seis painéis interativos. “É uma iniciativa que une ciência e dados para enfrentar uma das formas mais cruéis de violência contra a mulher”, disse a secretária de Estado da Mulher, Heloisa Aguiar, responsável pela coordenação da plataforma.

Com apoio técnico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a iniciativa funciona como uma ferramenta para aqueles que denunciam, investigam e julgam os casos, bem como serve para acolher sobreviventes e familiares.

Além de secretaria de governo, o site será usado pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), Tribunal de Justiça (TJ-RJ), Conselho Estadual dos Direitos da Mulher e pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

Feminicídio: números alarmantes

  • Em 2024, unidades de saúde do Estado do Rio de Janeiro contabilizaram 148 casos de violência contra a mulher todos os dias;
  • Já os dados da Secretaria de Estado da Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) mostram que, entre os 42.152 casos notificados em 2025, 30.978 (73,5%) tiveram mulheres como vítimas;
  • A violência física aparece como a principal forma de agressão, enquanto o estupro é o tipo de violência sexual mais frequente;
  • Outro dado preocupante mostrado pelo levantamento é a repetição das agressões: cerca de 40% dos casos notificados ocorreram de forma reincidente.
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Cerca de 40% dos casos notificados ocorreram de forma reincidente (Imagem: Backiris/iStock)

“Os casos de feminicídio e agressões a mulheres são constantes e alarmantes. A iniciativa de integrar o novo painel vai ajudar a formular novas políticas públicas para enfrentamento deste tipo de violência. Essa força tarefa é fundamental para garantir que as mulheres estejam protegidas e acolhidas”, destacou a secretária de Estado de Saúde, Claudia Mello.

Entre janeiro e julho de 2025, o Rio de Janeiro registrou 53 casos de feminicídio. O dado representa uma redução de 12 casos em relação ao mesmo período em 2024. Já na esfera da Justiça, o painel do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) aponta que, no primeiro semestre de 2025, foram concedidas 23.440 medidas protetivas de urgência e efetuadas 3.032 prisões.

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Rede de apoio

No Rio de Janeiro, o aplicativo Rede Mulher disponibiliza um botão de emergência que aciona a Central 190 da Polícia Militar (PM), enviando, em tempo real, a localização da vítima, além de solicitar medidas protetivas. A Patrulha Maria da Penha – Guardiões da Vida também auxilia no atendimento de casos de violência contra as mulheres.

Vale lembrar que as vítimas podem buscar atendimento psicológico, jurídico e social em três unidades de Centros Especializados de Atendimento à Mulher (CEAM e CIAMs), com possibilidade de abrigo sigiloso para mulheres em vulnerabilidade.

Para o restante do país, o governo federal disponibiliza a Central de Atendimento à Mulher por meio de ligação gratuita ao 180, que funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana.

O canal permite registrar denúncias e solicitar informações sobre serviços especializados ou leis e direitos das mulheres. Em casos de emergência, deve ser acionada a PM, no 190.

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Vítimas podem buscar atendimento psicológico, jurídico e social gratuitamente (Imagem: Clara Murcia/IStock)

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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/08/21/pro/rj-cria-plataforma-de-combate-ao-feminicidio-conheca/