O processo de limpeza da usina nuclear de Fukushima, no Japão, chegou a uma nova etapa. Um robô começou nesta terça-feira (10) os trabalhos de remoção de detritos de combustível derretido presentes em um reator danificado após o complexo ter sido atingido por um forte terremoto seguido por tsunami, em 2011.
Trabalho deve levar décadas
A Tokyo Electric Power Company Holdings (TEPCO), que administra o espaço, diz que cerca de 880 toneladas de detritos de combustível derretido precisam ser retirados. O material derreteu após o colapso dos sistemas de resfriamento da usina nuclear de Fukushima.
O combustível derretido escorreu dos núcleos e se misturou com materiais internos do reator, como zircônio, aço inoxidável, cabos elétricos e concreto ao redor da estrutura de suporte e na parte inferior dos vasos de contenção primários.
Embora todo este material tenha sido mantido resfriado e estabilizado, o envelhecimento dos reatores apresenta riscos potenciais à segurança, e o combustível derretido precisa ser removido e realocado para um local mais seguro para armazenamento de longo prazo o mais rápido possível, segundo os especialistas.
Os trabalhos de limpeza usarão cinco tubos de 1,5 metro de comprimento conectados em sequência para manobrar o robô através de um ponto de entrada no vaso de contenção primário do reator. O dispositivo será manobrado remotamente em função da alta radioatividade dentro do local.
O robô coletará amostras de menos de 3 gramas por vez. A pequena quantidade se deve aos perigos da radiação. Cada viagem de ida e volta levará cerca de duas semanas em função da necessidade de manobras extremamente precisas para evitar bater em obstáculos ou ficar preso no local.
Espera-se que o ritmo do trabalho aumente no futuro, à medida que novos robôs sejam desenvolvidos. Apesar disso, o governo japonês prevê que toda a operação leve de 30 a 40 anos, enquanto alguns especialistas dizem que a limpeza total da usina pode levar até 100 anos. As informações são do Tech Xplore.
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Trabalhos em Fukushima geram polêmicas
- Além da limpeza da usina, autoridades japonesas estão promovendo o processo de liberação no Oceano Pacífico da água radioativa tratada de Fukushima.
- A ação causa uma série de discussões sobre questões de segurança.
- Recentemente, os trabalhos foram suspensos após um terremoto de 5,8 graus de magnitude atingir a região.
- A Tepco disse que o tremor não provocou mais danos à instalação, mas a situação aumentou os temores em relação à usina.
- Em fevereiro deste ano, uma falha nas operações de manutenção na usina nuclear causou o vazamento de cerca de 5,5 toneladas de água radioativa.
- Apesar do incidente, as autoridades japonesas afirmam que não houve contaminação do ambiente externo.
- Já no final de outubro do ano passado, dois funcionários que atuavam no local foram hospitalizados após terem contato com o material radioativo.
- Eles não sofreram lesões e a Tokyo Electric Power anunciou o reforço na segurança das operações.
- O início da liberação da água radioativa aconteceu no dia 24 de agosto de 2023.
- O material será descartado no oceano de forma gradual – no máximo 500 mil litros por dia – por meio de uma tubulação subaquática de um quilômetro.
- O procedimento conta com o aval da Agência Internacional de Energia Nuclear.
- As autoridades japonesas garantem que o despejo é seguro, uma vez que a água, suficiente para encher 500 piscinas olímpicas e usada para resfriar as barras de combustível da usina de Fukushima, destruída após ser atingida por um tsunami e um terremoto em 2011, foi totalmente tratada.
- No entanto, países como a China condenam o plano japonês.
- Os chineses, inclusive, anunciaram a proibição da importação de frutos do mar do país vizinho sob a justificativa de contaminação dos produtos.
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