25 de novembro de 2024
Brasil terá novo sistema de alertas para desastres climáticos
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Enquanto os resgates a pessoas ilhadas continuam a todo vapor no Rio Grande do Sul, a esperança das autoridades e da população é que a água comece, enfim, a baixar. No entanto, o nível do lago Guaíba, em Porto Alegre, pode se manter acima dos 5 metros nos próximos dias (lembrando que a cota de inundação da cidade é de 3 metros). Mas por que a inundação não cede na região?

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Nível do Guaíba continua alto

Especialistas explicam que as fortes e constantes chuvas que duraram quase 10 dias no estado causaram uma elevação dramática no nível dos principais rios gaúchos. E toda essa água desceu em direção ao Guaíba, causando inundações históricas em Porto Alegre e na região metropolitana.

Além da quantidade histórica de chuva, o relevo da capital gaúcha é um fator fundamental para entender o atual cenário. A cidade fica localizada em uma planície, um território plano, o que facilita ocorrências de inundação. A capital é circundada de um lado por 40 morros, e limitada de outro pela orla do Guaíba.

Os rios que formam o Delta do Jacuí e originam o Guaíba fluem em alta velocidade por causa da altitude de seus cursos. Em condições normais, isso ajuda que a água siga seu fluxo em direção a Lagoa dos Patos e de lá para o Oceano Atlântico.

O problema é que os rios do Delta do Jacuí e o Oceano Atlântico também estão sendo afetados pelas fortes chuvas e tempestades de ventos que atingem o Rio Grande do Sul, o que dificulta o escoamento da água.

Os ventos fortes formam marés de tempestade. Isso faz o mar ‘crescer’, subindo o nível em até 2 metros a depender da configuração da praia. No caso do que acontece aqui no Rio Grande do Sul, o mar fica mais alto do que o nível de escoamento da Lagoa dos Patos, impedindo que o excesso de água seja despejado no mar.

Rualdo Menegat, professor titular do Instituto de Geociências da UFRGS

O resultado de tudo isso é que a água do Guaíba e dos rios que o alimentam fica represada na região de Porto Alegre. Dessa forma, a diminuição das inundações deve demorar mais alguns dias. As informações são do G1.

Lago Guaíba atingiu maior nível da história e inundou parte de Porto Alegre (Imagem: Douglas Pfeiffer/Shutterstock)

Tragédia climática no Rio Grande do Sul

  • As fortes chuvas causaram impactos severos em 397 dos 497 municípios gaúchos.
  • De acordo com o último balanço da Defesa Civil, são 90 mortes confirmadas e 131 pessoas desaparecidas.
  • O número de desalojados passa de 150 mil e quase 50 mil estão em abrigos.
  • O lago Guaíba atingiu o maior nível da história, passando dos 5 metros e 30 centímetros.
  • A água ainda está invadindo novos bairros de Porto Alegre.
  • As inundações paralisaram quase que completamente o fornecimento de água e luz na capital e outras cidades.
  • Além disso, centenas de pessoas continuam ilhadas e resgates têm acontecido 24 horas por dia.
  • A maioria deles está sendo realizada por civis que têm se arriscado com barcos, lanchas e motos aquáticas.
  • Um dos pontos que continua completamente alagado é Aeroporto Internacional Salgado Filho, que anunciou a suspensão de todas as operações até 30 de maio.
  • Vias bloqueadas ainda dificultam saída e entrada na cidade.
  • O grande temor agora é a chegada do frio nesta quarta-feira (08).
  • Também há previsão de mais chuva na região metropolitana de POA.
  • Em 2023, uma série de desastres climáticos causou uma verdadeira devastação no Rio Grande do Sul.
  • Foram registradas 16 mortes em junho, 54 em setembro e outras 5 em novembro.

O post RS: por que as enchentes não diminuem, mesmo sem chuvas? apareceu primeiro em Olhar Digital.

Fonte: https://olhardigital.com.br/2024/05/07/ciencia-e-espaco/rs-por-que-as-enchentes-nao-diminuem-mesmo-sem-chuvas/