12 de fevereiro de 2025
Sapo alucinógeno: conheça o anfíbio capaz de drogar um ser
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Conta a lenda que ao beijar um sapo uma certa princesa teria visto o bichinho se transformar em um belo príncipe. Fora das lendas, beijar alguns tipos de sapo podem fazer os seres humanos de fato verem coisas absurdas acontecendo diante de seus olhos, mas isso é causado por uma série de toxinas que podem levar até a morte. Vamos conhecer mais sobre os sapos alucinógenos e como eles podem ser perigosos para o ser humano?

Sapo alucinógeno: conheça o anfíbio capaz de drogar um ser humano

Os sapos são fascinantes por várias razões: suas cores vibrantes, seus hábitos noturnos e até sua habilidade de sobreviver em ambientes extremos. Mas algumas espécies se destacam por um motivo peculiar: a capacidade de produzir substâncias alucinógenas.

Entre eles, o sapo-do-rio-Colorado, conhecido cientificamente como Incilius alvarius, é um dos mais famosos. Ele é encontrado nos desertos do México e do sul dos Estados Unidos.

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Os sapos alucinógenos possuem glândulas especializadas em sua pele, chamadas glândulas parotoides, que secretam compostos tóxicos como forma de defesa contra predadores. No caso do sapo-do-rio-Colorado, a substância produzida é o 5-MeO-DMT, um alucinógeno extremamente potente. Essa substância é liberada em forma de um líquido viscoso e amarelado pelas glândulas localizadas atrás dos olhos e nas costas do animal.

Imagem: Sergiy Katyshkin / Shutterstock

A substância 5-MeO-DMT age no Sistema Nervoso Central, interagindo com os receptores de serotonina no cérebro. Isso resulta em alterações na percepção, no humor e na consciência. Os efeitos, apesar de rápidos, podem ser extremamente intensos, o que representa um risco significativo para indivíduos sem acompanhamento médico.

Além disso, o consumo acidental ou em grandes doses pode causar sintomas graves, como taquicardia, náuseas, paralisia temporária e confusão mental. Predadores desses sapos também sofrem com os efeitos das toxinas. Alguns apresentam desorientação ou recuam imediatamente após o ataque. Essa é a principal estratégia de defesa dos anfíbios contra seus inimigos naturais.

A utilização da secreção de sapos como alucinógeno pode ser intencional ou acidental. No caso do sapo-do-rio-Colorado, as secreções são coletadas, secas e posteriormente fumadas. Quando inaladas, provocam efeitos psicodélicos rápidos e intensos, que podem durar de 15 a 30 minutos.

Relatos indicam sensações de euforia, uma profunda introspecção e alucinações visuais. Por outro lado, o contato acidental com a pele ou a ingestão da secreção pode resultar em intoxicação. Em casos graves, isso pode levar a náuseas, dificuldade respiratória e até à morte.

Sapo-do-rio-Colorado (Incilius alvarius) com pele esverdeada e glândulas parotoides visíveis, descansando sobre uma rocha. Perituss, CC0, via Wikimedia Commons
Sapo-do-rio-Colorado (Incilius alvarius) relaxando sobre uma rocha, conhecido por produzir secreções alucinógenas. Perituss, CC0, via Wikimedia Commons

Embora o sapo-do-rio-Colorado seja o mais famoso, o Brasil também abriga espécies que produzem secreções tóxicas com potencial de causar efeitos alucinógenos. Um exemplo é o cururu, conhecido cientificamente como Rhinella marina, amplamente encontrado na América do Sul.

Apesar de não produzir o 5-MeO-DMT, sua secreção contém bufotoxinas, compostos que podem causar alucinações, náuseas, taquicardia e até paralisia em predadores. Outro exemplo brasileiro é o sapo Rhinella jimi, nativo da Caatinga e de áreas secas do Nordeste.

Suas toxinas servem como defesa contra predadores e também podem ser perigosas para humanos. Esses sapos, frequentemente confundidos com outras espécies, possuem secreções altamente irritantes e potencialmente tóxicas.

Manter distância de sapos alucinógenos é fundamental para evitar acidentes. Embora muitas pessoas explorem esses animais buscando experiências psicodélicas, o consumo das toxinas representa sérios riscos à saúde. É importante destacar que o uso de substâncias como o 5-MeO-DMT pode ser ilegal em muitos países, incluindo o Brasil.

Além disso, os sapos desempenham papéis ecológicos vitais, controlando populações de insetos e contribuindo para o equilíbrio dos ecossistemas. Ao invés de manipular esses animais, devemos respeitar seu habitat e sua importância na natureza.

Sapos são perigosos para os seres humanos?

Sapos não são perigosos para humanos quando respeitados em seu habitat, e desempenham um papel vital no controle de insetos, contribuindo para o equilíbrio ecológico e a saúde ambiental.

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Fonte: https://olhardigital.com.br/2024/12/11/ciencia-e-espaco/sapo-alucinogeno-conheca-o-anfibio-capaz-de-drogar-um-ser-humano/