
Contas com o selo de verificado no WhatsApp Business estão sendo usadas por golpistas para aplicar fraudes em consumidores que aguardam entregas de encomendas. Combinando esse recurso a anúncios pagos no Google, os criminosos simulam a identidade de empresas conhecidas para enganar usuários e induzi-los a pagamentos indevidos.
Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, os golpes têm como alvo principal clientes dos Correios e da transportadora Total Express, que realiza entregas para a Amazon. Os golpistas compram o selo de verificado por meio do serviço pago Meta Verified, o que, visualmente, não se diferencia da verificação concedida a grandes marcas autênticas. Isso gera uma falsa sensação de segurança entre os usuários.
Golpe usa aparência legítima no WhatsApp para induzir ao erro
- Com o selo visível, criminosos ganham aparência de empresa real e abordam vítimas com mensagens que citam nome, endereço e telefone.
- Essas mensagens costumam envolver supostos atrasos ou cobranças de taxas de entrega.
- As contas falsas imitam logos e nomes de empresas conhecidas e podem usar números internacionais.
- Algumas dessas mensagens incluem links para sites fraudulentos, que copiam o visual de empresas reais.
- Em muitos casos, os sites têm domínio estrangeiro e não apresentam dados básicos como CNPJ, política de privacidade ou informações institucionais.
Anúncios no Google também são usados para atrair vítimas
Além do WhatsApp, golpistas também compram anúncios no Google para aparecer nas primeiras posições de busca com termos como “rastrear encomenda” ou “Correios rastreamento”. O objetivo é capturar pessoas em busca de informações sobre entregas.
Esses anúncios redirecionam o usuário para páginas falsas, que imitam cores e elementos visuais das empresas reais, mas incluem formulários para coleta de dados ou pagamento de taxas inexistentes. Segundo o Google, em 2024 foram removidos 200 milhões de anúncios irregulares no Brasil, e mais de 1 milhão de contas foram suspensas.

Vazamentos de dados aumentam o risco
No mês passado, os Correios confirmaram acesso indevido aos dados de 2% de sua base de 35 milhões de cadastros, o que representa cerca de 800 mil usuários. As informações envolvidas incluem nome, CPF, telefone, e-mail e endereço.
Embora os Correios afirmem que os golpes já ocorriam antes do incidente, especialistas alertam que dados pessoais são usados por criminosos para criar mensagens mais convincentes. Isso amplia a efetividade de golpes de engenharia social, como cobranças falsas ou exigência de pagamento para liberação de encomendas.
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Como se proteger de golpes com contas verificadas
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- Nunca clique em links suspeitos, principalmente se houver solicitação de pagamento
- Confira o site oficial da empresa antes de realizar qualquer pagamento
- Verifique a URL cuidadosamente: golpistas usam variações sutis para enganar
- Não forneça dados bancários por mensagem
- Ative a autenticação em dois fatores nos aplicativos que oferecem essa opção
- Monitore seu CPF em serviços como o Registrato, do Banco Central
Orientações específicas para clientes da Amazon
A Amazon afirma que não solicita pagamentos por telefone, e-mail, WhatsApp ou redes sociais. A empresa recomenda:
- Usar apenas o site amazon.com.br ou o aplicativo oficial
- Não realizar pagamentos por meios externos como Pix, boleto ou transferência
- Ignorar mensagens com pedidos urgentes ou suspeitos
- Verificar o histórico de pedidos diretamente na conta antes de tomar qualquer ação
- Denunciar mensagens suspeitas para reportarscam@amazon.com
- Em caso de dúvidas, entrar em contato pelo telefone 0800 038 0541 ou e-mail ajuda-amazon@amazon.com.br

Tanto os Correios quanto a Total Express reforçam que não enviam mensagens cobrando taxas por WhatsApp, e-mail ou SMS. O rastreamento de pedidos deve ser feito apenas pelos canais oficiais: aplicativo Correios, site dos Correios ou site da Total Express.
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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/07/23/seguranca/selo-verificado-do-whatsapp-vira-ferramenta-em-golpes-online/