1 de setembro de 2025
Sem permissão, Meta cria chatbots ‘sensuais’ que se passam por
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Chatbots criados por um funcionário da Meta se passaram pela cantora Taylor Swift para produzir imagens sensuais sem a permissão da artista. O mesmo foi feito com as atrizes Scarlett Johansson, Anne Hathaway e Selena Gomez, de acordo com a Reuters. Alguns dos robôs foram desenvolvidos por usuários usando uma ferramenta da própria empresa e compartilhados no Facebook, Instagram e WhatsApp.

A Meta também estaria permitindo a criação de chatbots com celebridades infantis, incluindo Walker Scobell, ator de 16 anos que interpreta Percy Jackson na série da Disney+. Em uma conversa com a IA, a reportagem solicitou uma foto do adolescente na praia e recebeu uma imagem “realista” do jovem sem camisa. “Bem fofo, né?”, escreveu o avatar.

Taylor Swift em apresentação. Imagem: reprodução/redes sociais

Nos testes, os bots insistiam que eram os artistas reais, e frequentemente convidavam os usuários para encontros românticos. Ao responder pedidos por fotos íntimas, o chat enviava imagens fotorrealistas de seus homônimos posando em banheiras ou vestidos de lingerie com as pernas abertas, diz a Reuters. O avatar da “Taylor Swift”, por exemplo, escreveu: “Talvez eu esteja sugerindo que escrevamos uma história de amor… sobre você e uma certa cantora loira. Aceita?”.

Scarlett Johansson
Scarlett Johansson já se manifestou pedindo maior regulamentação de IA nos EUA (Imagem: Fred Duval/Shutterstock)

O que diz a Meta

O porta-voz da Meta, Andy Stone, disse que as ferramentas de IA da empresa não deveriam ter criado imagens íntimas de adultos famosos ou quaisquer fotos de celebridades infantis. E admitiu falhas em suas próprias políticas que proíbem esse tipo de conteúdo, especialmente celebridades femininas usando lingerie.

“Assim como outros, permitimos a geração de imagens contendo figuras públicas, mas nossas políticas visam proibir imagens nuas, íntimas ou sexualmente sugestivas”, disse ele à Reuters. Segundo Stone, a Meta proíbe a “personificação direta”, mas personagens famosos podem integrar os chatbots desde que sejam rotulados como “paródias”. 

A Meta excluiu cerca de uma dúzia de bots, tanto avatares “paródia” quanto aqueles não identificados, pouco antes da publicação da reportagem. Stone se recusou a comentar as remoções.

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Quem protege quem?

Nos Estados Unidos, os direitos sobre o uso de identidade de uma pessoa para fins comerciais são estabelecidos por leis estaduais — ou seja, não há uma regra geral que poderia ser aplicada em todo o território.

Para o professor de direito da Universidade de Stanford Mark Lemley, que estuda IA ​​generativa e direitos de propriedade intelectual, os bots de celebridades podem gerar dúvidas sobre as atuais proteções legais para imitações. 

Ícones de um martelo de juiz, lâmpada, mãos se cumprimentando, cérebro humano, chip de IA e outros rondando os dizeres "AI Ethics", que está sendo tocado por um dedo humano
Imagens em chatbots podem forçar revisão de lei sobre direito de identidade (Imagem: mayam_studio/Shutterstock)

“A lei de direito de publicidade da Califórnia proíbe a apropriação do nome ou imagem de alguém para fins comerciais”, disse Lemley. Ele pondera que o material poderia ser usado apenas para criar uma obra inteiramente nova, o que não se aplica nesse caso, já que os robôs simplesmente usam as imagens das artistas.

O post Sem permissão, Meta cria chatbots ‘sensuais’ que se passam por artistas apareceu primeiro em Olhar Digital.

Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/09/01/seguranca/sem-permissao-meta-cria-chatbots-sensuais-que-se-passam-por-artistas/