O uso do ChatGPT e de outros chatbots de inteligência artificial sofre uma queda brusca nos Estados Unidos durante as férias escolares. Dados recentes mostram que o fenômeno não é coincidência: estudantes parecem compor uma fatia expressiva da base de usuários dessas ferramentas.
Levantamento da plataforma OpenRouter — que reúne diferentes modelos de IA e conta com 2,5 milhões de usuários — revelou que, entre o fim de maio e o início de junho, o tráfego despencou. O pico de uso aconteceu em 27 de maio, no auge da temporada de provas, com 97,4 bilhões de tokens processados em um único dia. Já em junho, a média caiu para 36,7 bilhões, menos da metade do registrado em maio.
Queda de uso coincide com calendário escolar
Embora os números do OpenRouter não representem todos os usuários do ChatGPT, a amostra confirma um padrão que vem sendo observado há pelo menos dois anos: o uso do chatbot aumenta em períodos letivos e cai no verão e durante feriados prolongados.
Pesquisas anteriores, como um estudo da Rutgers University com 10 mil interações no ChatGPT, também mostraram forte correlação entre o uso da IA e o calendário acadêmico, com períodos como férias e spring break marcando quedas significativas.
Por que isso importa para a OpenAI?
A redução temporária na demanda pode ser, curiosamente, benéfica para a OpenAI. Em 2024, a empresa gastou US$ 9 bilhões para gerar apenas US$ 4 bilhões em receita — um prejuízo impulsionado, principalmente, pelos altos custos de processamento. Isso significa que, para cada US$ 1 faturado, US$ 2,25 foram gastos.
Com menos consultas no verão, a pressão sobre os servidores diminui, reduzindo temporariamente os custos de operação.
Fatores que explicam o padrão
O uso massivo de IA no ambiente acadêmico não é fruto do acaso. Em 2023, grandes empresas do setor, como Microsoft, OpenAI e Anthropic, investiram cerca de US$ 23 milhões em parcerias com a Federação Americana de Professores para integrar a tecnologia às salas de aula.
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Com a volta às aulas em setembro, especialistas esperam novo aumento no tráfego do ChatGPT. O lançamento recente do GPT-5 pode acelerar esse movimento, mas dificilmente repetirá os números recordes do período escolar — pelo menos até a próxima temporada de provas.
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