Após fazer conjunção com Saturno nesta segunda-feira (14) e atingir o periélio (ponto mais próximo do Sol) na terça (15), a Lua se torna cheia na quinta (17). E o que isso tem de especial? É que esta não só será a última como também a maior Superlua de 2024.
Embora alguns digam que a última mesmo será no próximo mês, se for seguir à risca a concepção acordada do termo Superlua, isso não procede. Vamos entender a seguir.
O que é uma Superlua?
De forma bem simples e resumida, uma Superlua ocorre quando o nosso satélite natural chega à fase completa em até 24 horas antes ou depois de atingir sua aproximação máxima com a Terra (ponto chamado de perigeu).
“Mas, sem saber o quão perto a lua cheia precisa estar da Terra, não dá para cravar se esta ou aquela lua cheia é uma Superlua”, explica o colunista do Olhar Digital Marcelo Zurita, que é presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA) e diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (Bramon).
Segundo Zurita, até existem algumas tentativas de criar uma definição científica, completa e definitiva para o termo, mas é difícil chegar a um consenso, e talvez isso tenha algo a ver com ele vir da astrologia. “Na astronomia, sua utilização é recente e tem se mostrado uma boa forma de popularizar a ciência, mas muita gente ainda ‘torce o nariz’ para o termo, por considerá-lo um nome mercadológico para ‘vender’ a Lua Cheia no perigeu, que, na prática, não tem nada de super, nem representa nenhum fenômeno de interesse científico”.
Talvez por isso a União Astronômica Internacional (IAU) não demonstrou, até hoje, nenhum interesse em normatizar o termo. “Tudo que temos são as definições informais para a Superlua”, disse Zurita, explicando que, no meio científico, os astrônomos preferem a referência “perigeu-sizígia” ou simplesmente “Lua Cheia no Perigeu”.
A distância da Lua em relação à Terra varia porque sua órbita não é perfeitamente circular – é ligeiramente oval, traçando um caminho chamado uma elipse. À medida que ela atravessa esse caminho elíptico ao redor do nosso planeta a cada mês, sua distância varia entre 356.500 km no perigeu e 406.700 km no apogeu (ponto mais distante).
Seguindo o conceito acima, a Lua precisa entrar na fase cheia em até 24 horas antes ou depois de chegar ao perigeu, certo? Isso aconteceu em setembro e vai se repetir neste mês.
No caso de setembro, a fase cheia se iniciou às 23h34 (horário de Brasília) do dia 17. O perigeu lunar foi alcançado, por sua vez, às 10h22 do dia seguinte. Em outubro, acontece o oposto: a Lua atinge o perigeu na quarta-feira (16) às 21h50, e fica totalmente cheia no dia seguinte, às 8h26.
Já em novembro, ela chega ao perigeu no dia 14, ficando totalmente cheia quase 34 horas mais tarde. Certamente, o astro estará brilhante e imenso no céu nessa ocasião, mas não oficialmente como uma Superlua.
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De acordo com o guia de observação astronômica InTheSky.org, no momento em que atingir a fase cheia, a Lua estará em um declinação de 10° ao norte, na constelação de Peixes, a uma distância de cerca de 357 mil km da Terra. Esta será a maior aproximação entre os dois corpos neste ano.
Na quinta-feira, a Lua estará observável no céu a partir das 17h30, sumindo de vista no horizonte pouco antes do amanhecer, às 5h34. Depois disso, ela aparece e desaparece cerca de uma hora mais tarde a cada dia.
Sempre que a lua cheia acontece próxima ao perigeu, ela aparece até 14% maior e 30% mais brilhante, se comparada à lua cheia do apogeu.
O tempo do circuito da Lua entre perigeu (ponto mais próximo), apogeu (ponto mais distante) e perigeu novamente é de 27,55 dias – um período de tempo chamado de mês anomalístico. Isso é um pouco mais do que o período orbital do nosso satélite natural (27,322 dias).
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