
Buscar vida fora da Terra é uma das maiores obsessões da humanidade, mas, e se ela estivesse mais perto do que imaginamos? De certa forma, é disso que trataremos nesta matéria.
Em fevereiro de 2019, uma tentativa fracassada de pouso na Lua pode ter levado ao satélite natural seus primeiros habitantes permanentes.
A sonda Beresheet, projeto da organização israelense SpaceIL em parceria com a IAI, foi lançada com a ambição de ser a primeira missão privada a pousar no astro, segundo informações do IFLScience.
Apesar das grandes expectativas, a missão terminou em desastre: a nave caiu na superfície lunar em abril de 2019 após uma falha no motor. A boa notícia é que parte da carga resistiu ao impacto.
O que a sonda levava?
- Entre os itens da missão, estava uma “biblioteca lunar”, contendo registros projetados para funcionar como um “backup” da humanidade;
- A Arch Lunar Library levava mais de 30 milhões de páginas de textos gravados em discos de níquel, incluindo artigos científicos, livros de história, dicionários e até desenhos infantis;
- Além do conteúdo textual, a cápsula também transportava cerca de 100 milhões de células humanas;
- Mas um dos aspectos mais inusitados do projeto eram seus passageiros: milhares de tardígrados, pequenos organismos extremófilos que podem ter se tornado os primeiros a habitar a Lua.
Afinal, o que são os tardígrados?
Conhecidos por sua incrível resistência, os tardígrados são organismos microscópicos que conseguem sobreviver a condições extremas, desde o vácuo do Espaço até temperaturas que variam entre −200 °C e mais de 150 °C. Também resistem à radiação, à falta de oxigênio e à desidratação total.

Com tamanho entre 0,1 e 0,5 milímetro, só podem ser vistos com o auxílio de microscópios, mas suas capacidades desafiam os limites conhecidos da vida.
Seria possível revivê-los?
Os tardígrados enviados à Lua estavam desidratados e encapsulados em resina, o que ajudou a protegê-los do impacto. Isso levanta uma pergunta: será que ainda podem ser recuperados e trazidos de volta à vida?
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Embora essa hipótese pareça promissora, ela é bastante improvável sem uma missão de resgate. Experimentos já mostraram que tardígrados sobrevivem a impactos de até 0,9 km/s, porém, não se sabe se o choque sofrido pela Beresheet ultrapassou esse limite.

Além disso, as condições lunares não oferecem os elementos necessários para que esses organismos saiam espontaneamente da hibernação: faltam água e calor. Assim, a única chance de revivê-los seria recuperar a cápsula intacta e trazê-la de volta à Terra, uma tarefa experimental e altamente desafiadora.
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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/07/27/ciencia-e-espaco/seriam-esses-os-primeiros-habitantes-da-lua/