
Você já se perguntou por que algumas pessoas são mais extrovertidas do que outras? Ou por que alguns têm mais facilidade no ambiente escolar?
A resposta para essas perguntas pode estar no nosso DNA. É isso que abordam Roberto Colom, professor de Psicologia Diferencial e Neurociência na Universidade Autônoma de Madrid, e Juan R. Ordoñana, catedrático de Psicobiologia na Universidade de Murcia, em seu livro “Você é o seu DNA: como os genes contribuem para construir nossa identidade.”
Eles escreveram um artigo sobre o assunto nos site The Conversation.
Essas questões são frequentemente estudadas por disciplinas como a psicologia diferencial e a genética comportamental. Com métodos cada vez mais sofisticados, as conclusões têm se tornado mais sólidas.
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Conclusões
De maneira geral, as conclusões apontam que, em média, a genética contribui com 50% para essa diversidade psicológica, uma porcentagem expressiva para os padrões. Os outros 50% são “definidos” pelas experiências pessoais.
As vivências mudam ao longo da vida, mas o nosso DNA permanece sempre o mesmo. Cada ser humano tem um DNA único, e é justamente ele que permite a construção das bases do nosso psicológico.
Esses 50% da singularidade genética contribuem para:
- Circunstâncias de sociabilidade.
- Aptidão educacional.
- Tendências depressivas.
- Comportamentos violentos.
- Inclinações políticas.

(Imagem: Studio Romantic/Shutterstock)
Onde Moram Nossas Diferenças
É comum nos referirmos ao genoma humano, mas cada pessoa que passou pelo planeta Terra tem um genoma único, exceto gêmeos idênticos. O genoma é o conjunto completo do material genético de um organismo.
É como se o genoma fosse um livro com 3 milhões de páginas. A maioria dessas páginas é igual para todos os seres humanos. Então, o que faz com que cada indivíduo seja diferente?
Pode-se dizer que 1% dessas páginas, cerca de 3 mil, são únicas e diferentes para cada indivíduo. É nesse 1% que se identificam diferenças que contribuem para características psicológicas. É nessa parte distinta que os autores do livro “Você é o seu DNA” concentraram seus estudos. A obra destaca o papel dessas diferenças genéticas para entender quem somos psicologicamente.

Essas descobertas podem ajudar no desenvolvimento de tratamentos e estratégias para diminuir sofrimentos físicos e psicológicos. No entanto, a possibilidade de interferência antiética também existe.
A edição de genomas humanos é hoje mais realidade do que ficção. Assim, seria possível “editar” uma pessoa para que ela se comporte de determinada maneira. A cada avanço, novas questões surgem, questões que devem ser debatidas por toda a sociedade.
O post Somos programados? A genética por trás do comportamento apareceu primeiro em Olhar Digital.
Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/07/15/medicina-e-saude/somos-programados-a-genetica-por-tras-do-comportamento/