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Conforme noticiado pelo Olhar Digital, um foguete Falcon 9, da SpaceX, lançou ao espaço uma missão compartilhada contendo importantes iniciativas científicas. Uma delas é a sonda Lunar Trailblazer, desenvolvida pela NASA para mapear a distribuição da água na Lua.
O lançamento ocorreu na noite de quarta-feira (27) a partir do Centro Espacial Kennedy, da agência, na Flórida. Também fazem parte da carga útil o módulo lunar comercial Athena, da empresa Intuitive Machines, e o minerador de asteroides Odin, da Astroforge.
Falcon 9 launches the @Int_Machines IM-2 mission to the Moon pic.twitter.com/t3x7vo3NQv
— SpaceX (@SpaceX) February 27, 2025
Em poucas palavras:
- A existência de água na Lua foi confirmada em 2009, mas sua forma exata ainda não é totalmente compreendida;
- Um sensor instalado na sonda Lunar Trailblazer permitirá diferenciar gelo, água adsorvida e hidroxila na superfície lunar;
- Ao longo de dois anos, a missão também analisará crateras sombreadas e medirá a temperatura da superfície para entender o comportamento da água.
Enquanto o Athena pousará na Lua para estudar um ponto específico, o Lunar Trailblazer coletará dados globais sobre a presença de água no satélite natural. A sonda investigará onde e em que forma a água está presente, algo essencial para futuras missões tripuladas.
Sonda vai levar quatro meses para chegar à Lua
Pouco depois do lançamento, as espaçonaves tomaram rumos diferentes. O Athena seguirá diretamente para a Lua, com pouso previsto para a próxima quinta-feira (6). Já o Lunar Trailblazer seguirá uma trajetória mais longa, com baixo consumo de combustível, chegando à órbita lunar em quatro meses, para uma missão de pelo menos dois anos.
Um dos focos do estudo é entender se a água nas regiões iluminadas pelo Sol muda ao longo do dia. “Você pode imaginar isso como uma geada que aparece e desaparece”, explicou Bethany Ehlmann, cientista do Instituto de Tecnologia da Califórnia e líder da missão, ao jornal The New York Times.
Por muito tempo, acreditava-se que a Lua não tinha água. No entanto, na década de 1990, sondas espaciais detectaram sinais de gelo em crateras sombreadas nos polos lunares. Em 2009, a NASA confirmou a presença de água ao colidir um estágio de foguete contra uma cratera e analisar os detritos levantados pelo impacto.
Nesse mesmo ano, uma descoberta inesperada revelou sinais de água em toda a superfície lunar. A evidência veio do orbitador Chandrayaan-1, da Índia, que transportava um instrumento da NASA capaz de analisar a luz refletida da superfície da Lua.
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Se a água estiver amplamente distribuída, futuras missões poderiam aproveitá-la para abastecimento. O recurso poderia ser separado em oxigênio, essencial para a respiração dos astronautas, e hidrogênio, que pode ser usado como combustível para foguetes e geração de energia.
No entanto, o instrumento do Chandrayaan-1 não conseguia identificar exatamente como a água estava organizada. As moléculas poderiam estar na forma de gelo, adsorvidas em minerais ou até mesmo ligadas a hidroxila, um grupo molecular que exigiria temperaturas extremamente altas para ser transformado em água utilizável.
Para resolver essa dúvida, o Lunar Trailblazer carrega um sensor mais avançado, desenvolvido pelo Laboratório de Propulsão a Jato (JPL), da NASA. Ele será capaz de diferenciar gelo, água adsorvida e hidroxila, permitindo um estudo mais detalhado da composição da superfície lunar.
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NASA economiza ao enviar sonda para a Lua em missão compartilhada
A sonda também poderá analisar crateras sombreadas, onde a luz do Sol reflete indiretamente, permitindo observações mesmo em áreas de baixa iluminação. “Isso é o mais empolgante”, disse Ehlmann. “É como um duplo reflexo de luz”.
Outro equipamento a bordo, construído pela Universidade de Oxford, na Inglaterra, medirá a temperatura da superfície. Combinando esses dados com as informações sobre a presença de água, cientistas poderão compreender melhor o comportamento da substância na Lua.
O Lunar Trailblazer faz parte do programa SIMPLEX, da NASA, que busca desenvolver missões científicas robóticas de baixo custo e maior risco. O projeto custou US$94 milhões, mas o lançamento foi mais barato: pegando “carona” como carga secundária na missão da Intuitive Machines, a agência norte-americana gastou apenas US$8 milhões para enviá-lo ao espaço.
O post Sonda da NASA que vai examinar água na Lua pega carona em foguete da SpaceX apareceu primeiro em Olhar Digital.
Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/02/28/ciencia-e-espaco/sonda-da-nasa-que-vai-examinar-agua-na-lua-pega-carona-em-foguete-da-spacex/