
O lançamento do Sora 2, gerador de vídeo hiper-realista da OpenAI, marca um salto tecnológico – e ambiental.
Segundo Robert Diab, professor na Thompson Rivers University, “a capacidade de criar minutos de filmagem a partir de algumas linhas de texto é impressionante, mas levanta questões profundas sobre os custos ocultos da IA”.
Infraestruturas de IA estão cada vez maiores
- O avanço ocorre em meio a um crescimento explosivo da infraestrutura digital, impulsionado por projetos como o Stargate, megaparceria de US$ 500 bilhões para construção de data centers de IA nos EUA.
- Diab lembra que “à medida que a capacidade computacional se expande, o consumo de energia e água dispara”.
- A Agência Internacional de Energia prevê que, até 2030, os data centers poderão consumir 1.400 terawatts-hora anuais – um quarto impulsionado pela IA.
Treinar modelos como o GPT-4 consome gigawatts-hora de eletricidade, enquanto cada consulta individual parece inofensiva, mas se repete bilhões de vezes. “Mesmo com ganhos de eficiência, o total de energia cresce – é o paradoxo de Jevons em ação”, explica Diab.

Transparência é necessária
Pesquisas estimam que a IA já consome 20% da energia dos data centers e bilhões de litros de água para resfriamento.
Ainda assim, as empresas revelam pouco sobre esses números. Para o autor, a saída está na transparência obrigatória: relatórios padronizados de uso de energia e água, como já exige a União Europeia.
“Cada imagem ou vídeo ‘gratuito’ tem um custo ambiental real”, adverte Diab. “A questão não é parar a inovação, mas garantir que ela avance de forma sustentável.”

O texto original sobre o tema foi publicado no The Conversation.
O post Sora 2 inaugura era da IA em vídeo e reacende debate ambiental apareceu primeiro em Olhar Digital.
Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/10/10/pro/sora-2-inaugura-era-da-ia-em-video-e-reacende-debate-ambiental/